Inhotim atrai interesse de diferentes grupos hoteleiros

A construção de um hotel no Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), não é desejo apenas da rede de resorts Vila Galé. O maior museu a céu aberto da América Latina tem despertado o interesse de outros administradores de hotéis Brasil e mundo afora.

O fundador e presidente do grupo, Jorge Rebelo de Almeida, falou da falta de respostas por parte da administração do Inhotim, durante o lançamento oficial do empreendimento que a rede portuguesa vai construir em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto (região Central). Segundo ele, o grupo tem interesse em instalar a segunda unidade mineira no local. Mas as negociações estão paradas.

“Inhotim é um projeto único, pouco conhecido no Brasil, que deveria ser, porque é, de fato, uma obra de grande referência”, frisou. Mas ponderou, em seguida, que as conversas “pararam do lado de lá”.

“Está meio parado não por nosso lado, mas pelo lado de lá. Manifestamos o interesse, ficaram de nos dar a resposta, mas não tem havido nada por parte deles”, disse.

Administração do Inhotim fala em retomar projeto hoteleiro

Talvez a justificativa para a falta de avanço na negociação esteja em propostas que o atrativo turístico tem recebido de outras redes. Mas a organização garante que ainda existe interesse em erguer um hotel no museu.

“A retomada da construção de um empreendimento hoteleiro em Inhotim é um projeto de extrema importância para a instituição, para o entorno e para a economia local. Ainda estão em negociações possibilidades de parceria, sem nenhuma definição até o momento”, diz uma nota enviada à reportagem.

Questionada se haveria outras negociações em curso, a assessoria de imprensa respondeu que “Inhotim vem sendo procurado e há conversas com outros grupos”. Mas reforçou que “não há definições até o momento”.

Vale dizer que uma hospedagem dentro do museu é demanda antiga dos turistas que passam pela região. Assim como as propostas e as discussões acerca de diferentes projetos, já que Inhotim está localizado a cerca de 60 quilômetros da capital mineira e as hospedarias em Brumadinho acabam sendo mais simples e limitadas.

Txai Resorts tinha planos para o local

Uma unidade do grupo Txai Resorts ia ser inaugurada no museu em 2017. O empreendimento chegou a ser batizado como Nhô Txai e seria um hotel de luxo aos moldes dos que a rede mantém no Nordeste brasileiro. Mas até hoje não saiu do papel.

Assinado pela arquiteta mineira Freusa Zechmeister e classificado como um hotel-butique, devido ao requinte e originalidade das instalações, a diária era estimada em R$ 1.500.

À época, a imprensa chegou a detalhar o projeto: 44 bangalôs, com mais de 100 metros quadrados cada um, piscina e restaurante. Falava-se ainda em acesso garantido e direto a algumas galerias e horário estendido para hóspedes. 

Desde o ano passado, Inhotim tem nova diretoria executiva e artística. Agora, sob administração de Lucas Pessôa, como diretor-presidente, o museu teve uma mudança de perfil e de estratégia de governança.

“Um projeto que deve ser orgulho dos mineiros”

Em visita a Minas no fim do ano passado, o presidente do Vila Galé se disse encantado com o Instituto Inhotim. Ao visitar o museu, ele disse ter todas suas expectativas superadas.

“Um projeto de grande qualidade, que deve ser orgulho dos mineiros e de todos os brasileiros. É um patrimônio nacional, com toda sua botânica, arquitetura moderna e contemporânea. Além disso, proporciona muitas experiências. Ficamos encantados, mas naquele lugar falta um hotel”, resumiu na ocasião.