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Minimercados autônomos ganham força no Brasil

O honest market tem se tornado tendência, principalmente, nos condomínios e em ambientes de trabalho
Minimercados autônomos ganham força no Brasil
Foto: Site da Be Honest / Reprodução

O modelo de minimercados autônomos, ou honest market, foi um dos segmentos do varejo que mais se destacou no Brasil durante a pandemia, assim como o delivery, devido a necessidade do distanciamento social. Desde então, ele vem ganhando força tanto em condomínios quanto em ambientes de trabalho.

De acordo com a empresa especializada em softwares de gestão e pagamentos para operadores de vending machine, micro market e OCS, AMLabs Ventures, a projeção de faturamento do setor em 2023 é de R$ 3 bilhões.

O CEO da AMLabs Ventures, Leandro Victor Fidelis, avalia que, apesar de o segmento de honest market já estar consolidado, segue em desenvolvimento. Para ele, ainda existe espaço para crescimento no País. “Quando analisamos só a quantidade de condomínios existentes no Brasil, que certamente passa de 200 mil, nem 10% desses estão com minimercados”, relata.

Fidelis afirma que o modelo se encaixou no mercado nacional. Fatores como a segurança de comprar sem sair do condomínio, a adesão de compra por conveniência ou até mesmo a própria pandemia, podem ser apontados como os principais incentivadores desse crescimento. “É difícil responder ao certo porque deu certo, mas certamente é algo que veio para ficar e ainda tem espaço para crescer”, disse.

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Já o CEO da Market4u, maior franquia do setor segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), Eduardo Cordova, revela que o Brasil está entre os protagonistas no cenário global de mercados autônomos, com mais de 10 mil unidades em operação, gerando um faturamento superior a R$ 1 bilhão por ano.

“Por mais que o tamanho do segmento já impressione, a estimativa é de que em cinco anos o número de unidades supere as 50 mil com faturamento próximo a R$ 6 bilhões por ano”, completa.

O sócio-diretor da mineira Be Honest, Marcelo Carneiro, avalia que esse mercado cresceu bastante nos primeiros anos, mas agora as empresas têm dado mais atenção à sua sustentabilidade. “Optando por lugares com maior número de clientes potenciais, buscando uma experiência melhor no ponto de venda para aumentar a receita por loja e investimentos em tecnologia”, relata.

Para Cordova, a principal vantagem desse modelo de loja é seu baixo custo de investimento, pois são lojas que possuem um custo médio entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, garantindo, assim, um rápido retorno para o empresário que optar por ingressar nesse mercado.

Além disso, os minimercados autônomos também oferecem vantagens para seus clientes, sendo uma delas a comodidade. “Sempre está o mais próximo possível do cliente, e o varejo precisa estar onde o cliente está”, destaca. Por outro lado, o CEO da Market4u ressalta que ainda é preciso criar o hábito de consumo nos clientes, essa tem sido uma das principais dificuldades para as franquias do segmento de honest market.

Na visão de Fidelis, o principal ponto positivo dos minimercados é a conveniência 24h sem necessidade de funcionários. “Isso é um excelente serviço para quem consome, porque quem não quer ter um mercado dentro da sua casa para comprar o que quiser e quanto quiser?”, completa.

Ele ainda destaca as vantagens para o dono do mercado, já que o risco do negócio está basicamente no investimento inicial. “O mercado não tem custos fixos muito relevantes, que é o um dos elementos que atrapalha o sono de muitos empresários. Esse modelo começa a ter custos fixos mais relevantes quando a empresa abre um centro de distribuição e contrata abastecedores, motoristas, etc.”, pontua.

O CEO da AMLabs Ventures também avalia que a grande dificuldade para as franquias que atuam nesse segmento é a concorrência. “Agora existem várias marcas oferecendo esse modelo de negócio e talvez nem todas vão conseguir crescer o suficiente para se manterem relevantes ao longo do tempo”, avalia.

Carneiro destaca que o modelo oferece uma extrema comodidade para os clientes, além de trabalhar a sua honestidade. No entanto, a desonestidade e os custos fixos estão entre os maiores problemas das redes de mercado autônomo. “Sendo necessário investimento em tecnologia para desonestidade e escalabilidade unido com um bom modelo logístico facilitado para diluição do custo fixo”, pontua.

Apesar disso, Cordova acredita que o desenvolvimento desse setor no País é um caminho sem volta e que, no futuro, todos os condomínios do Brasil terão uma operação de mercado autônomo. “Será um canal estratégico de vendas e com cada vez mais destaque”, conclui.

Enquanto o executivo da Be Honest revela que a empresa tem uma projeção de quase dobrar seu faturamento ainda este ano. “As expectativas são muito positivas, nosso modelo é vencedor, tendo os maiores varejistas do País ao nosso lado”, declara.

A franquia mineira conta com cerca de 250 unidades espalhadas pelo Brasil, sendo 110 operando dentro do território mineiro. Carneiro ainda revela que a empresa está focada em sua expansão para cidades como Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, ainda neste primeiro semestre. Já a Market4u, possui mais de 1.200 lojas no País, sendo cerca de 100 em Minas Gerais.

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