Mirando mercado europeu, Modeplast vai investir R$ 45 milhões em três anos

A Modeplast, inaugurada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no fim do ano passado, tem planos ousados: ser a maior fabricante de produtos em policarbonato – perfis, chapas e acessórios como arruelas especiais e bloco de polietileno, entre outros -, do Brasil, em um ano, e a maior da América Latina em, no máximo, três.
O investimento de R$ 25 milhões já realizado e a previsão de outros R$ 20 milhões em três anos, segundo o diretor de Operações, Bruno Mazzarella, contempla desde a construção de uma planta até a ampliação da linha com novas verticais.
“Tudo tem acontecido dentro do cronograma. Conseguimos a licença para construir em junho do ano passado. Em setembro, recebemos os primeiros equipamentos e começamos os testes e as primeiras entregas. Posso dizer que a produção foi efetivada em janeiro e tudo o que fazíamos era, praticamente, para pronta entrega. Em fevereiro, já conseguimos nos equilibrar para atender as demandas do mercado e começar a formar o nosso estoque. Ter essa reserva é fundamental para conferir sustentabilidade ao negócio”, explica Mazzarella.
Os policarbonatos são polímeros moldáveis quando aquecidos, sendo por isso chamados termoplásticos. Estes plásticos são muito usados na moderna manufatura industrial e no design.
Um dos grandes desafios da empresa é comum à maioria das empresas brasileiras: a falta de mão de obra especializada. Para formar a equipe, hoje com 22 colaboradores, o executivo começou por trazer pessoas-chave do Rio de Janeiro, onde atuou no setor por 12 anos. A partir daí, profissionais de Betim foram capacitados para operar os equipamentos.
“Trouxe o gerente de produção e um operador – engenheiro mecânico – do Rio de Janeiro. Eles treinaram e formaram a equipe e hoje trabalhamos em três turnos. Estamos capacitando mais um operador para inaugurar o quarto turno no equipamento principal e vamos poder operar 24 x 7”, destaca.
Os produtos chegam ao mercado por meio de distribuidores espalhados por todo o País. Ao mesmo tempo, a Modeplast já fez a primeira exportação para o Paraguai e uma primeira carga contratada para a Bolívia.
A meta é ser a maior fornecedora desse tipo de produto para a América Latina, em três anos, e exportar para a Europa em, no máximo, cinco. Para garantir que esses objetivos sejam alcançados, a aposta é diversificar a linha de produtos ainda este ano.
“Para atender o mercado europeu precisamos investir em equipamentos para produzir chapas mais espessas devido à neve. Hoje trabalhamos com material alveolar e já fechamos a compra de um equipamento que vai fazer as chapas sólidas. O passo seguinte será abrir a fabricação de telhas. Assim vamos ampliando o número de produtos para atender todas as necessidades dos nossos clientes. Também vamos trabalhar no desenvolvimento de tecnologia de reaproveitamento de policarbonato garantindo o que chamamos de ‘processamento eterno’. Hoje nós reaproveitamos todo o nosso rejeito, mas o resultado é um policarbonato opaco. Com o processamento eterno vamos garantir que o material se mantenha translúcido. E, com o tempo, acreditamos que vamos trabalhar com reprocessamento não só de policarbonato, mas também de outros tipos de plástico”, completa o diretor de Operações da Modeplast.
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