Movimento impulsiona práticas conscientes no setor de franquias

Iniciativa é liderada pelo Grupo Bittencourt e o ICCB

26 de maio de 2022 às 0h29

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O compartilhamento de conhecimento é um dos valores mais caros, afirma Lyana Bittencourt | Crédito: Divulgação

Reconhecido como um modelo seguro de expansão e canal eficiente de distribuição de produtos e serviços, o franchising brasileiro pode ser também um veículo potente para levar os princípios do Capitalismo Consciente não só para empreendedores, mas para toda a cadeia produtiva, já que, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), todos os 5.570 municípios brasileiros têm, pelo menos, uma unidade franqueada em seu território.

E é a partir dessa perspectiva que nasce hoje o movimento Franchising Consciente liderado pelo Grupo Bittencourt – consultoria especializada em desenvolvimento, gestão e expansão de redes de negócios e franquias – em parceria com o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). A ideia é impulsionar práticas conscientes nas franquias e desenvolver um ambiente de negócios mais humanizado. A primeira ação do movimento é a realização hoje do webinar “O grande chamado”.

De acordo com o chairman do ICCB, Hugo Bethlem, as empresas que quiserem fazer parte do movimento vão precisar cumprir uma jornada de imersão em relação aos quatro pilares do Capitalismo Consciente: propósito maior, orientação para stakeholders, liderança consciente e cultura consciente.

“O objetivo da parceria é a formação nos pilares do Capitalismo Consciente focado nos franqueadores e seus franqueados. Por meio do Grupo Bittencourt, com os princípios desenvolvidos em conjunto, vamos promover uma linguagem mais simples e ágil para apoiar aqueles que querem efetivamente iniciar uma jornada de elevação da consciência para mudar o jeito de se fazer investimentos e negócios no mercado de franquias do País”, explica Bethlem.

A ideia do movimento é desenvolver um ambiente de negócios mais humanizado, diz Bethlem | Crédito: Thaïs Helena Falcão/Olho do Falcão

Um dos principais desafios do ICCB é levar os pilares do Capitalismo Consciente até as empresas menores. Até aqui, muitos empreendedores acham que o tema se refere apenas às grandes empresas.

“Temos trabalhado muito pelo ICCB para que as PMEs (pequenas e médias empresas) percebam de forma mais clara que o Capitalismo Consciente não é apenas para grandes empresas, já que é até mais fácil e rápido mudar os rumos e elevar a sua consciência quando a empresa é pequena e média. Um dos grupos que mais apoiamos e acolhemos são startups, por exemplo, e temos condições de apoio específico para PMEs. Mas é claro que esperamos que com essa nova frente do Franchising Consciente nós multipliquemos os pilares do Capitalismo Consciente para o maior número de empresas e empresários possíveis, além de seus colaboradores e clientes”, pontua o chairman do ICCB.

Segundo a CEO do Grupo Bittencourt, Lyana Bittencourt, um dos valores mais caros ao franchising é o compartilhamento de conhecimento e esse é um dos pontos de contato entre o modelo e a prática do Capitalismo Consciente.

“Acredito que um Capitalismo Consciente se faz com as vertentes da participação e compartilhamento. E isso abrange desde sermos efetivos nessas duas frentes, sendo ativos e participantes e compartilhando uns com os outros o que sabemos para colocar dentro do ecossistema e melhorá-lo. O Capitalismo Consciente traz essa ideia de envolver todos os stakeholders presentes sob os ideais de um mundo com negócios melhores para as pessoas. E é justamente isso o que queremos potencializar nas cadeias do franchising, que já tem essa essência de compartilhamento de boas práticas para a evolução dos negócios, perpetuação da cultura e de uma liderança forte do franqueador”, destaca Lyana Bittencourt.

O webinar “O grande chamado” acontece hoje, a partir das 9 horas, e as empresas podem se inscrever de forma gratuita pelo link https://bit.ly/franchisingconsciente. O processo, conduzido pelas duas instituições conta com uma oxigenação e conscientização da empresa sobre a importância do tema, realização de um diagnóstico, definição de um plano de ação e implantação das oportunidades de melhoria encontradas. Após participar de todo o processo, a empresa poderá ser certificada como uma empresa adaptada ao Franchising Consciente – certificação que precisa ser validada anualmente.

Educação é o ponto de partida para qualquer transformação

Os últimos dois anos, marcados para sempre pela pandemia, impuseram um desafio a mais para a gestão do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB), que teve seu mandato entre março de 2020 e fevereiro de 2022. Depois da impossibilidade dos encontros presenciais, a urgência da digitalização, o caos sanitário vivido pela comunidade global, a paralisação da economia mundial e os dramas pessoais e familiares dos atingidos pela Covid-19, a entidade comemora ter aprendido a responder rapidamente às demandas, focando na diversidade de canais e linguagens para elevar a mensagem do Capitalismo Consciente para mais pessoas e mais longe.

De acordo com a atual CEO do ICCB, Daniela Garcia, a grande missão da gestão 20/22, conduzida por Hugo Bethlem, era ampliar o alcance do Instituto, levando os pilares do Capitalismo Consciente para outras empresas, além das grandes.

“Quando cheguei em 2017, a operação era muito pequena. A gente precisava melhorar a nossa entrada no mercado, sermos reconhecidos. Fomos construir autoridade sobre a marca. Uma marca hoje, depois das redes sociais, precisa construir narrativas sobre os produtos. Só o produto não vende mais. O Capitalismo Consciente estava hipernichado nas grandes empresas e precisávamos ir além. O resultado desse esforço apareceu e foi acelerado nestes últimos dois anos”, relembra Daniela Garcia.

Para Daniela Garcia, grande missão da gestão 2020/2022 era ampliar o alcance do ICCB | Crédito: Divulgação

Dos 30 associados (pessoas físicas) que o ICCB tinha em 2019, o Instituto saltou para 4.054 no fim do ano passado e chegou à marca de 11 filiais regionais: Belo Horizonte, Campinas (SP), Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Nordeste, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São José do Rio Preto (SP), Sorocaba (SP) e Vitória.

Acreditando que a educação é o ponto de partida para qualquer transformação, o ICCB partiu do princípio que além de relevantes, os conteúdos precisam ter a linguagem adequada e ser acessíveis para os diferentes públicos interessados. Foi assim que a entrega desses conteúdos se diversificou em diferentes produtos ao longo do tempo: Zine Consciente, Capitalismo Consciente na Prática, Guia de boas práticas, podcast, Talk Consciente, workshops, fórum, [Re]Insights e Café da Manhã Consciente.

“Nas redes sociais construímos posts educacionais, mas isso não bastava. Precisávamos de eventos presenciais, aí surgiu o Talk Consciente. Mas falar sobre Capitalismo Consciente não é só falar dos pilares, é falar do que está no universo da empresa e no universo que ela impacta. Dessa necessidade veio o Capitalismo Consciente na Prática. Trabalhamos a relevância do tema no mundo empresarial. Trouxemos números, exemplos, pessoas. Formamos o nosso combo de conteúdo. Quando surgiram as associações, sentia falta de entregar algo para elas, então criamos a Zine. E quando a pandemia levou tudo para o digital, fomos juntos. Apesar das dificuldades e do medo, descobrimos que éramos capazes de nos adaptar e continuar fazendo as entregas com as quais estávamos comprometidos”, explica.

Olhando para os próximos 23 meses, a executiva quer abrir ainda mais os horizontes, aproveitando oportunidades como o movimento Franchising Consciente e a capilaridade das filiais.

“Agora estamos construindo conteúdos que olhem para nichos e segmentos de negócios. E também observando a linguagem das regiões. São diferentes porque os empresários são diferentes. As filiais estão ali também para construir conteúdo com um recorte local. O papel delas é replicar as ações e conteúdos, identificando os melhores casos na região para trazer para o ecossistema”, completa a CEO do ICCB.

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