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Veja o raio X das maiores varejistas mineiras: lojas físicas, e-commerce e funcionários

Dentre as grandes varejistas mineiras, apenas oito não adotam canais digitais; confira todos os dados
Veja o raio X das maiores varejistas mineiras: lojas físicas, e-commerce e funcionários
As maiores varejistas mineiras respondem por aproximadamente 5% do total de pontos de vendas do ranking nacional | Foto: Drogaria Araujo / Divulgação

O grupo das 22 maiores empresas varejistas de Minas Gerais somou 3.694 lojas físicas em 2023. Isso equivale a cerca de 5% do total de unidades das 300 companhias brasileiras presentes na última edição do Ranking Cielo-SBVC. Além disso, o estudo ainda aponta que a maioria dessas empresas já adotam plataformas de e-commerce.

A pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a Cielo, destaca que a empresa mineira com o maior número de lojas é a Arezzo&Co, que reúne 13 marcas do mercado de moda:

  • Arezzo,
  • Schutz,
  • Anacapri,
  • Alexandre Birman,
  • Fiever,
  • Alme,
  • Vans,
  • Reserva,
  • Baw,
  • Troc,
  • Carol Bassi,
  • Paris Texas
  • e Vicenza.

A companhia fechou o último ano com 1.052 operações, o que representa um crescimento de 5% na comparação com 2022.

De acordo com o levantamento, as vendas da Arezzo&Co nas lojas físicas somaram R$ 3,557 bilhões no último exercício. Já o faturamento por ponto de venda fechou em R$ 3 milhões. A empresa ainda é a única na lista com sede em Minas presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

Outro destaque entre as grandes empresas varejistas do Estado foi a Farmácia Indiana, sendo a única a apresentar uma variação positiva no número de lojas acima de 100%. A companhia do varejo farmacêutico registrou um salto de 124% na quantidade de operações, passando de 99 unidades, em 2022, para 222 lojas no ano passado.

Por outro lado, a rede Epa Supermercados (-19%) e o grupo Martins (-10%) foram os únicos que apresentaram uma variação negativa no comparativo anual.

Já a Eletrozema, Verdemar e o SuperLuna não registraram alterações na quantidade de pontos de vendas.

Varejistas mineiras com maior número de lojas físicas em 2023:

  1. Arezzo&Co – 1.052 lojas;
  2. Martins – 520 lojas;
  3. Eletrozema – 468 lojas;
  4. Drogaria Araujo – 310 lojas;
  5. Supermercados BH – 307 lojas.

O ranking aponta que a maioria das grandes varejistas mineiras tem como principal fonte de renda as lojas físicas, com destaque para a rede Supermercados BH, que registrou R$ 17,388 bilhões em vendas nessas operações.

O maior faturamento por loja física foi registrado pelo Mart Minas, com montante de R$ 117 milhões ao longo do ano passado.

Expansão das varejistas também traz riscos

O consultor especialista em varejo José Cortizo aponta que o processo de expansão das grandes redes varejistas mineiras, especialmente nos segmentos supermercadista e farmacêutico, tende a apresentar tanto oportunidades quanto riscos, incluindo o risco de canibalização.

Ele menciona alguns exemplos de redes que têm apresentado uma rápida expansão em Minas, como Supermercados BH, Mart Minas e Drogaria Araujo.

Cortizo ressalta que, embora a expansão traga maior capilaridade e aproxime as varejistas dos consumidores, ainda assim há o risco de saturação do mercado, principalmente em regiões onde há muitas unidades de uma mesma marca ou com forte concorrência próxima.

“Assim, realmente é possível a canibalização – onde novas unidades de uma mesma rede competem diretamente com lojas já existentes, reduzindo a rentabilidade de ambas”, explica.

Segundo ele, o aumento da concorrência, mesmo que seja de lojas sob a mesma bandeira, principalmente em áreas densamente povoadas, pode gerar a necessidade de descontos mais agressivos para atrair os clientes e, por sua vez, proporcionar margens de lucro mais baixas.

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

No entanto, o especialista destaca que, apesar de haver um risco real de canibalização em alguns casos, as grandes redes varejistas mineiras estão cientes desse desafio e têm implementado estratégias para mitigar os efeitos.

“A expansão estratégica para novas regiões, a diversificação de formatos e produtos, e o investimento em serviços digitais são algumas das táticas que ajudam a equilibrar a expansão e minimizar os impactos negativos da canibalização”, completa.

Ainda assim, o especialista reforça que, em mercados mais saturados, as redes varejistas terão que ajustar as operações e, quem sabe, até desacelerar o processo de expansão para evitar danos à rentabilidade da empresa.

Atuação das marcas mineiras no varejo on-line

De acordo com a pesquisa realizada pela SBVC e Cielo, 14 das 22 maiores companhias do setor de varejo em Minas contam com alguma plataforma de e-commerce. Além disso, o uso do WhatsApp já é realidade em seis dessas empresas.

Outro dado levantado no estudo é que sete das varejistas mineiras já adotam ferramentas de marketplace, sendo o mais comum o marketplace out – quando as varejistas se cadastram em uma plataforma externa para anunciar seus produtos. Apenas duas companhias aderem ao marketplace in, ou seja, possuem uma plataforma própria: a Livraria Leitura e a Arezzo&Co.

Um dos grandes destaques quanto à atuação e engajamento digital é a Drogaria Araujo. A empresa adota tanto o Whatsapp quanto as plataformas de e-commerce e marketplace. Além disso, ela também possui mais de 5,6 milhões de clientes ativos.

Foto: Adobe Stock

Cortizo avalia que já não há mais espaço no mercado para empresas que não adotam as ferramentas digitais. “Mesmo um pequeno comércio, hoje, tem de ser omnichannel (fazer uso simultâneo e interligado de diversos canais)”, aponta.

Ele ainda destaca que das 22 empresas mineiras presentes na lista das maiores varejistas do Brasil, oito ainda não adotam qualquer tipo de canal digital, todas do segmento supermercadista. “Eu acredito que esta seja uma grande oportunidade para impulsionar estes players e entrar neste jogo”, disse.

Geração de empregos nas varejistas mineiras

As 22 maiores varejistas mineiras encerraram o último exercício com mais de 133 mil funcionários. Dentre elas, o grande destaque foi a rede Supermercados BH, com 34.794 colaboradores. Essa quantidade é 19% acima do registrado em 2022.

O levantamento ainda aponta que a empresa que registrou a maior variação no número de funcionários foi a rede supermercadista SuperMaxi, com alta de 39%, passando de 1.720, em 2022, para 2.384 no ano passado.

Já a rede Epa Supermercados, do grupo DMA Distribuidora, apresentou recuo de 17% na quantidade de colaboradores, passando de 17.724 para 14.732.

O grupo Martins, dono da rede Smart Supermercados, foi a varejista mineira com maior faturamento por funcionário em 2023, com montante total de R$ 2,4 milhões por colaborador. A rede apresentou o terceiro maior valor no ranking nacional, ficando atrás apenas das varejistas Privalia (R$ 4 milhões) e Leveros (R$ 3,6 milhões).

Quanto à presença de mulheres no varejo, o grande destaque para Minas Gerais foi a Araujo, com 60% da equipe de funcionários formada por mulheres. Em seguida aparece o grupo Martins, com 23% de funcionárias. Drogaria Araujo e Martins também se destacam quanto à presença de mulheres em cargos de liderança, com 11% e 2%, respectivamente.

De acordo com o levantamento da SBVC e da Cielo, metade (50%) da equipe de colaboradores do grupo Martins é formada por pessoas pretas e pardas. Além disso, 5% dos cargos de liderança da varejista mineira são ocupados por este grupo.

Varejistas mineiras com maior número de funcionários em 2023:

  1. Supermercados BH – 34.794 funcionários;
  2. Mart Minas – 14.972 funcionários;
  3. Epa Supermercados – 14.732 funcionários;
  4. Drogaria Araujo – 10.358 funcionários;
  5. Supermercado Bahamas – 7.720 funcionários.
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