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Maiores varejistas mineiras fizeram R$ 87,5 bi em vendas em 2023; veja o ranking

O grande destaque foi o segmento supermercadista, com 17 empresas entre as grandes varejistas do Estado
Maiores varejistas mineiras fizeram R$ 87,5 bi em vendas em 2023; veja o ranking
Foto: Diário do Comércio / Arquivo / Alessandro Carvalho

Minas Gerais possui 22 empresas entre as 300 maiores varejistas do Brasil, sendo que 17 atuam no segmento supermercadista. Conforme dados do levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a Cielo, as companhias com sede no Estado somaram R$ 87,568 bilhões em vendas no ano passado. As quatro primeiras posições do ranking estadual do varejo estão ocupadas por redes de supermercados, atacarejo e de conveniência (veja a lista completa ao final da reportagem).

O consultor especialista em varejo José Cortizo aponta alguns dos fatores que podem explicar essa dominância, como o fato de esse segmento comercializar itens básicos, que possuem alta frequência de compra, e a expansão do modelo cash & carry, mais conhecido como atacarejo.

Outro ponto citado pelo especialista é a tendência de alta densidade de lojas no varejo supermercadista, tanto em grandes centros urbanos quanto em cidades menores. “Isso os torna convenientes e acessíveis a diferentes perfis de consumidores e, desta forma, ganham relevância no mercado”, aponta.

Conforme o Ranking Cielo-SBVC deste ano, a rede Supermercados BH é a maior varejista de Minas, com R$ 17,388 bilhões em vendas ao longo de 2023. Esse valor é 24% superior ao registrado no exercício anterior (R$ 14,012 bilhões).

Em seguida aparecem: Grupo Martins (R$ 12 bilhões); Mart Minas (R$ 9,437 bilhões) e o Epa Supermercados (R$ 7,994 bilhões).

Cortizo destaca que o atual cenário é de expectativas de muitas transformações no varejo nos próximos anos. Para ele, essas mudanças devem garantir aos supermercados a continuação do domínio nos rankings a serem realizados futuramente.

Na visão do consultor, uma possibilidade muito forte de mudança pode ocorrer devido a maior adoção de compras on-line e hábitos de consumo mais voltados para conveniência, saudabilidade e sustentabilidade, das gerações mais jovens.

Isso, segundo o especialista em varejo, contribuirá para a popularização de serviços de entrega de alimentos frescos e orgânicos por canais não ligados às redes tradicionais de supermercados e, com isso, o surgimento de uma linha de concorrência mais forte.

“Mas, o varejo alimentar – entenda-se supermercados e afins – é extremamente resiliente e adaptável, podendo rapidamente se ajustar à nova concorrência e superá-la ou absorvê-la”, ressalta Cortizo.

Varejo para além dos supermercados

A Arezzo&Co é a maior varejista fora do segmento supermercadista de Minas Gerais, com R$ 4,854 bilhões em vendas no ano passado. Esse montante representa um crescimento de 16% na comparação com 2022, quando a empresa registrou R$ 4,188 bilhões.

loja da arezzo| soma arezzo empresa
Foto: Divulgação Arezzo

Além de ser a única empresa mineira do segmento de moda, calçados e artigos esportivos presente nesta edição do ranking, a companhia – dona de marcas como Arezzo, Vans e Reserva – também é a única com estrutura de capital aberto, listada e auditada. Todas as demais seguem o modelo de empresa de capital fechado.

A marca ainda faz parte do seleto grupo de grandes varejistas mineiras que possuem um conselho de administração constituído. Além da Arezzo&Co, as outras empresas com este tipo de organização são a Eletrozema e a Martins. Esta última possui um conselho estatutário.

As outras companhias do Estado presentes no ranking que não fazem parte do varejo supermercadista são a Eletrozema (R$ 2,5 bilhões), a Livraria Leitura (R$ 629 milhões) e mais duas empresas do segmento de drogarias e perfumarias.

De acordo com o estudo feito pela SBVC, em parceria com a Cielo, a Drogaria Araujo lidera o segmento de varejo farmacêutico, entre as empresas com sede em Minas, com R$ 3,801 em vendas, o que representa um avanço de 16% na comparação com o ano anterior (R$ 3,267 bilhões). Já a Farmácia Indiana registrou R$ 2,110 bilhões em vendas em 2023.

Loja do Carrefour.
Foto: Divulgação Carrefour

Cenário nacional

Não houve mudanças quanto às quatro primeiras posições no ranking das maiores varejistas brasileiras, na comparação com o observado na edição anterior. O Grupo Carrefour segue na liderança do setor, com R$ 115,458 bilhões em vendas no último ano.

Em seguida, aparece a rede Assaí Atacadista, que registrou crescimento de 34% no montante, fechando 2023 com R$ 72,8 bilhões. Magazine Luiza (R$ 45,591 bilhões) e Grupo Casas Bahia (R$ 36,919 bilhões) completam a lista das quatro maiores empresas.

Por outro lado, a rede de lojas de departamento Americanas caiu cinco posições na lista e ocupa, agora, o 10º lugar no ranking, com R$ 17,448 bilhões em vendas.

Confira a lista completa das dez maiores empresas do varejo no País:

  1. Grupo Carrefour (115,458 bilhões);
  2. Assaí Atacadista (R$ 72,8 bilhões);
  3. Magazine Luiza (R$ 45,591 bilhões);
  4. Grupo Casas Bahia (R$ 36,919 bilhões);
  5. RD Saúde (R$ 36,349 bilhões);
  6. Grupo Boticário (R$ 30,8 bilhões)
  7. Grupo Mateus (R$ 25,328 bilhões);
  8. GPA Alimentos (R$ 20,617 bilhões);
  9. Natura&Co (R$ 18,715 bilhões);
  10. Americanas (R$ 17,448 bilhões).

O fato de o “Top 10” contar com quatro companhias do segmento supermercadista reflete o cenário apresentado pelo estudo realizado pela SBVC e Cielo. A pesquisa aponta um avanço das redes varejistas de segmentos mais essenciais, como é o caso do atacarejo. O setor de supermercados corresponde a 52,8% das empresas presentes na lista e 52,3% do faturamento total.

Ranking das maiores empresas varejistas de Minas Gerais:

  1. Supermercados BH (R$ 17,388 bilhões);
  2. Martins (R$ 12 bilhões);
  3. Mart Minas (9,437 bilhões);
  4. Epa Supermercados (7,994 bilhões);
  5. Arezzo&Co (R$ 4,854 bilhões);
  6. ABC Atacado e Varejo (R$ 4,487 bilhões);
  7. Grupo Supernosso (R$ 4,143 bilhões);
  8. Supermercados ABC (R$ 4,135 bilhões);
  9. Supermercado Bahamas (R$ 4,013 bilhões);
  10. Drogaria Araujo (R$ 3,801 bilhões);
  11. Villefort (R$ 2,902 bilhões);
  12. Eletrozema (R$ 2,5 bilhões);
  13. Farmácia Indiana (R$ 2,11 bilhões);
  14. Verdemar (R$ 1,324 bilhão);
  15. Unissul Supermercados (R$ 1,302 bilhão);
  16. Tonin Supermercados (R$ 1,006 bilhão);
  17. SuperLuna Supermercados (R$ 951 milhões);
  18. Super Maxi (R$ 817 milhões);
  19. Supermercados Alvorada (R$ 686 milhões);
  20. Livraria Leitura (R$ 629 milhões);
  21. Supermercado Bernardão (R$ 604 milhões);
  22. Supermercados Rena (R$ 485 milhões).
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