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Reserva de Minas triplica capacidade produtiva

Empresa de Machado fez aporte de R$ 10 milhões
Reserva de Minas triplica capacidade produtiva
A doçaria mineira, entre eles o de leite, é o principal produto da empresa Reserva de Minas | Crédito: Rafaela Leal

Admirada e reconhecida nacional e internacionalmente, a gastronomia mineira tem até dia próprio, o 5 de julho. Passando pelos queijos, pelo café, as cachaças, são inúmeras iguarias que preservam tradições e talentos do povo mineiro. Dentre os produtos que contribuem para este desenvolvimento econômico, turístico, cultural e social do Estado estão os doces. A doçaria mineira é o principal produto da Reserva de Minas, empresa da cidade Machado, no Sul do Estado, que comemora 25 anos com ampliação da capacidade produtiva e manutenção da eficiência do atendimento ao cliente.

Desde 2022, a empresa que nasceu em 1998 com a proposta de preservar e levar para todo o País a doçaria mineira, investe R$ 10 milhões para ampliar a planta de modo a triplicar a capacidade de produção até meados do próximo ano e garantir uma logística eficiente e conforme o tempo dos clientes.

“Estamos aumentando a capacidade produtiva para atender nossos clientes de forma mais rápida. Sabemos que tempo é um fator importante e estamos antenados a essa questão nos tornando ainda mais eficazes”, comenta o diretor-geral da Reserva Mineira e filho dos fundadores, Marcos Eduardo Salles Dias.

A empresa, que está às margens da rodovia BR 267, conta com parte do sistema logístico própria e parte terceirizada e quer manter o padrão de qualidade. “Estamos ampliando a estrutura para não deixarmos o padrão cair. Entendemos que tudo é uma engrenagem. Não adianta ter uma parte da empresa rápida e outra lenta. Todos os setores da empresa devem caminhar juntos”, diz Salles Dias.

A empresa até 2022 trabalhava em um espaço de 2,5 mil metros quadrados, com a ampliação, que já está quase no fim, chegarão a 6 mil metros quadrados. A capacidade que tinha de receber de 15 mil a 20 mil litros de leite, por dia, passará, a até junho do próximo ano, para 60 mil a 70 mil.

O leite, assim como as frutas, é a principal matéria-prima da empresa. Com um portfólio de 80 produtos, ela também conta com pequenos e médios produtores da região para fornecer o que precisam. “Nós não produzimos o leite. As frutas são bem variadas. Produzimos 100% da laranja da terra e da laranja para o doce de cidra, já o restante tem produção própria e de terceiros. Abóbora, produzimos 90% do nosso consumo; a banana, 30%; e a goiaba, 90%”, exemplifica o diretor.

A trajetória da Reserva de Minas começou com o sucesso do doce de nata suíço feito com leite de gado pardo suíço criado na própria fazenda da família Salles Dias. O sabor da iguaria, que é um dos principais produtos da empresa, fez tanto sucesso que a família começou a investir nessa vocação e iniciou a produção de outros doces de leite como o Doce de Leite Milk Sweet, uma versão premium do doce mineiro, e o Dulce de Leche, com o toque caramelizado e mesmo padrão do doce argentino. “Começamos com um fogão e chegamos a trabalhar com 24 fogões desses domésticos, para depois constituirmos o que somos hoje, com caldeiras e equipamentos industrias”, relembra Salles Dias.

A empresa também trabalha com compotas, doces em caldas, doces pastosos e está presente tanto em grandes supermercados do País, como atacarejos e minimercados. Também possuem pontos de vendas em pontos turísticos e margens de rodovias, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Com a ampliação, que já está quase no fim, fábrica terá área total de 6 mil metros quadrados | Crédito: Rafaela Leal

Produtos para o food service é novidade no portfólio

Este ano, a Reserva de Minas lançou uma linha voltada para o food service, atendendo padarias e confeitarias. “São produtos com características e processamentos diferenciados, especiais para atender a indústria”, explica. A empresa também possui uma linha de entrada com preços mais acessíveis e processos menos artesanais para atingir públicos variados.

O diretor-geral da Reserva de Minas ressalta ainda que a empresa é habilitada pelo Ministério da Agricultura a exportar para os Estados Unidos (EUA) e 5% da produção possui a terra do Tio Sam como destino. Ele aponta a conquista do mercado externo como um dos principais desafios para a empresa, mas também como um grande objetivo. “O Brasil é visto de forma muito pejorativa no exterior. Temos o reconhecimento e a excelência das commodities, mas não dos produtos manufaturados. O que é um desafio para nós”, comenta.

Ele defende que haja uma política governamental e iniciativas que mudem essa “cara” do Brasil no exterior. Hoje, a empresa exporta cerca de 12 dos 80 produtos do portfólio e atende uma clientela, principalmente, hispânica. Para ampliar a área de atuação, um trabalho está sendo feito pela empresa para adentrar ainda mais na cultura estadunidense e entre os americanos em si.

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