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Restaurante Tom inaugura com conceito de ‘cozinha de herança’ e valorização do Centro de BH

Tom Cozinha de Herança abre as portas no hipercentro de BH a partir desta quarta-feira (25)
Restaurante Tom inaugura com conceito de ‘cozinha de herança’ e valorização do Centro de BH
Foto: Divulgação / Joana Spadingler

Belo Horizonte ganha um novo capítulo em sua cena gastronômica com a inauguração do restaurante Tom Cozinha de Herança, na Galeria São Vicente, no Centro de BH. Assinado pela chef Ana Clara Ribeiro Valadares junto com o marido Túlio D’Angelo, o projeto une técnica contemporânea a memórias afetivas e tradições alimentares de matriz africana, indígena, portuguesa e rural, propondo uma gastronomia autoral, sofisticada e enraizada na cultura brasileira. A inauguração do espaço acontece nesta quarta-feira (25).

O conceito de “cozinha de herança” surgiu dos estudos da chef sobre a história da alimentação brasileira. “Embora tenha surgido num contexto mais acadêmico e de pesquisa, ele acabou se tornando uma expressão que ajuda a traduzir a essência de um cozinheiro ou de um cardápio — ambos marcados por suas raízes”, explica Ana Clara Ribeiro Valadares.

Com vivência desde a infância nas festas de Congado e no cotidiano rural do interior de Minas, a chef destaca que o repertório do Tom é construído sobre técnicas ancestrais como defumação, cozimento em brasa, conservação na banha e caldos de base portuguesa. 

“Na minha trajetória, essa mistura aparece de forma muito natural. Cresci no interior de Minas Gerais, comendo o que vinha do quintal, aprendendo com a minha família e com as festas de Congado. Essas experiências moldaram meu olhar e minha relação com a comida — uma relação que sempre foi carregada de afeto, de rituais e de pertencimento”, relembra. 

Esses saberes ganham nova vida quando colocados em diálogo com a formação técnica da chef em cozinhas profissionais e com os recursos da gastronomia contemporânea. “Na minha cozinha, não existe hierarquia entre o que aprendi no interior e o que veio da formação clássica: tudo se mistura, com respeito, intuição e técnica”. 

Cozinha contemporânea com memória afetiva

Sobremesa do Tom Cozinha de Herança
Foto: Reprodução / @tomcozinha

Segundo Ana Clara Ribeiro Valadares, a memória afetiva tem um peso significativo na construção do Tom. Ela explica que a relação com a culinária começa na infância no interior de Minas, nas receitas passadas de geração em geração. 

O restaurante Tom Cozinha de Herança é a união destas lembranças com a experiência profissional da chef na capital mineira.   

“Com o tempo, Belo Horizonte entrou nessa história. Não apenas como o lugar onde morei e trabalhei, mas como um território que fui descobrindo aos poucos, nas cozinhas por onde passei, nos mercados, nos bares e nas ruas do Hipercentro”, conta. 

BH aparece como parte da cozinha de herança do Tom

A escolha pelo Centro de BH tem forte valor simbólico e estratégico. O restaurante nasce em meio a um movimento de valorização da gastronomia no hipercentro e integra um conjunto de iniciativas culturais e comerciais que visam revitalizar a região. 

“A gente quis estar num lugar que tivesse história, pulsação e memória. Uma galeria antiga, cercada por outros projetos que também ajudamos a construir — como o Palito, o Bolacha e o Puxado — e que fazem parte desse movimento de recuperação criativa do Centro da cidade”, ressalta a chef.

A proposta do Tom é mostrar que é possível viver uma experiência gastronômica de alto nível no coração de Belo Horizonte, com pratos que equilibram sofisticação e identidade regional. 

“Queremos contribuir para que essa cena gastronômica continue se expandindo, com uma cozinha belo-horizontina que seja ao mesmo tempo autoral, moderna e profundamente conectada às nossas raízes”, destaca. 

O Tom faz parte de uma nova geração de restaurantes da Capital, que vêm desenhando um panorama mais plural, cosmopolita e autoral para a gastronomia local. “Acreditamos na potência da gastronomia belo-horizontina em se afirmar com personalidade própria — respeitando suas raízes, mas também olhando pra frente, com ousadia e criatividade.”

Com previsão de abertura nas próximas semanas, a expectativa da equipe é consolidar o Tom como um endereço de referência na gastronomia mineira, ampliando as fronteiras da culinária local para além dos estereótipos. “Nossa vontade é contribuir para ampliar os caminhos da gastronomia belo-horizontina, ocupando esse espaço de forma autêntica e acessível”, conclui Ana Clara Ribeiro Valadares.

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