Segmento de ótica registra expansão de vendas em MG

O segmento de óticas está em expansão no País e também em Minas, com crescimento nas vendas e no número de franqueados. Os motivos para o incremento nos negócios são vários, entre eles, envelhecimento da população e aumento da expectativa de vida. A intensificação do uso de telas, como as de computadores, tablets e smartphones, e a mudança no perfil do consumidor, que passou a usar os óculos como acessórios de moda, também favorece o setor, conforme apontam empresas do ramo.
No mercado há 35 anos, a mineira Centro Visão estima crescimento de 14% nas vendas neste ano, segundo o sócio-diretor, Fernando Cardoso. “É uma estimativa inicial, já que as perspectivas são revistas a cada três meses”, observa. Além das vendas, o número de unidades deve crescer neste ano. “Devem ser de cinco a seis lojas, todas elas franquias”, diz.
Hoje são 35 unidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), sendo 15 franquias, área de atuação recente da empresa. Foi em 2020 que a Centro Visão se tornou franqueadora com foco de atuação no mercado mineiro. Das 15 franquias, 13 são de ex-funcionários da empresa. “A vantagem é que eles já conhecem a nossa cultura e vão empreender junto com a gente”, afirma.
Em 2022, o incremento nos negócios da Centro Visão foi de 23% na comparação com o ano anterior, percentual que merece ressalva, segundo Cardoso. “Vale lembrar que 2021 teve o impacto da pandemia. Comparando com 2019, quando ainda não havia a Covid, a alta foi de 8%”, diz.
A franqueadora Mercadão dos Óculos, fundada em 2012, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, encerrou o ano passado com mais de 600 unidades em operação no País, sendo cerca de 40 lojas em Minas Gerais. “Tivemos um crescimento planejado em 2022 de 21 vendas novas no Estado, quase o dobro que tivemos em 2021, que foi de 12 vendas”, conta o diretor de operações da companhia, Fábio Nadruz.
A receita em taxa de franquia foi de R$ 10 milhões em 2022, alta de 42,8% frente ao resultado do ano anterior (R$ 7 milhões). Foram 219 novas vendas, superando 2021, com 167. Para 2023, as perspectivas são positivas, segundo o executivo. “Estamos com um planejamento de continuar batendo o faturamento de R$ 10 milhões em taxa de franquia, com número maior de vendas, chegando a 240 unidades no total. Isso se dá pelo foco cada vez maior em cidades interioranas com custo menor em taxas”, diz.
A Ótica Center é outra empresa do segmento que está em expansão e registrou aumento de faturamento superior a 10% em 2022 na comparação com o ano anterior. No mercado há 40 anos e franqueadora desde 2021, a rede conta com 15 lojas no País. A primeira unidade em Belo Horizonte está prevista para o primeiro trimestre de 2023. “O franqueado já tem projeção para abrir, pelo menos, 10 lojas no Estado neste e no próximo ano”, observa diretor de expansão da rede, Laerte Yoshio.
De acordo com ele, a pretensão da empresa é conquistar mais 10 cidades no Sudeste do País neste ano, com destaque para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. “Além de procurarmos por grandes centros comerciais, também visamos cidades a partir de 150 mil habitantes, que são classificadas com alto potencial para nossas franquias”, diz.
Setor
Os últimos dados da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), entidade que possui entre seus associados 95% de todas as marcas e grifes comercializadas no Brasil, mostram números positivos da atividade. As vendas de novembro de 2022 apresentaram alta de 5% em relação ao mesmo mês em 2021. O faturamento acumulado de janeiro a novembro de 2022 registrou expansão de 11,4% frente igual intervalo do ano anterior. “De acordo com os resultados do setor óptico e os indicadores macroeconômicos brasileiros acumulados até novembro de 2022, a estimativa de crescimento para o ano de 2022 do setor será acima de 11% em relação ao ano de 2021”, observa a diretora executiva da Abióptica, Ambra Nobre Sinkoc.
De acordo com ela, 2023 iniciou com boas expectativas e a entidade projeta crescimento acima de 8%. Ela diz que em 2020 o setor teve uma redução de 16,5% em relação ao ano anterior e que a atividade voltou a crescer em 2021: 11,6%.
De acordo com a diretora da Abióptica, a maior dificuldade – há décadas – do setor é a pirataria de marca e a comercialização de produtos ilegais nas regiões de varejo popular em algumas capitais do País, com destaque para a cidade de São Paulo.
Franquias seguem tendência do setor
O subsegmento de óticas, que faz para do segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar da Associação Brasileira de Franchising (ABF), foi um dos mais cresceu no País no terceiro trimestre de 2022 e tem a projeção de crescer ainda mais este ano, segundo o diretor regional da ABF em Minas, Antonio Bortoletto. O setor de Saúde, Beleza e Bem-Estar apresentou um incremento maior que a média nacional, chegando a mais de 27%, somando mais de R$ 12 bilhões de julho a setembro do ano passado. O resultado anual deverá ser disponibilizado no próximo mês.
Em janeiro deste ano, a ABF conta com 26 redes associadas no subsegmento de Óticas, o que representa crescimento de 18% em número de redes associadas e de 3% em número de unidades, quando comparado ao mesmo período de 2022.
Para ingressar no setor, o valor a ser investido vai de R$ 90 mil a R$ 700 mil, de acordo com os dados informados pelas marcas associadas à ABF. “Cada rede tem sua flexibilidade para atender os futuros franqueados. Basta conversar, conhecer cada opção e negociar. Há opções para todos os bolsos: quiosques, lojas de rua e de shopping”, observa Bortoletto.
O dirigente observa que o setor tem muita concorrência, com um volume de redes grandes, com marcas estabelecidas entre as 50 maiores do País, com presença regional e nacional forte. “É um segmento cuja diferenciação nem sempre é fácil, mas há marcas que investem forte em publicidade, inclusive em campanhas nacionais em TV, rádios e mídias sociais”, diz.
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