Negócios

Setor de franquias cresce acima da média nacional em Minas

Minas Gerais aparece com destaque na Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising divulgada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Na participação no faturamento, Minas foi o segundo estado que mais cresceu, fechando o período com 7,7% em participação, contra 7,1% no segundo trimestre do ano passado, performando um crescimento de 0,6 p.p. O Paraná, primeiro colocado na lista dos que mais cresceram, 0,8 p.p. saltando de 5,5% para 6,3% em participação no mesmo espaço de tempo. Assim, cresceu mais que o dobro da média nacional (8,4%), passando de R$ 2,67 bilhões faturados no segundo trimestre de 2017 para R$ 3,14 bilhões no mesmo período de 2018, totalizando crescimento de 17,6%. Já em termos de participação por estado em número de unidades, Minas foi o que mais cresceu, totalizando 0,7 ponto percentual (de 8,4% para 9,1%), trocando, dessa vez, de posição com o Paraná que cresceu 0,3 p.p (de 6,2% para 6,5%). De acordo com a diretora regional da ABF Minas, Danyelle Van Straten, os resultados do franchising mineiro tem como principal fator a interiorização do modelo. O grande número de municípios (853) e a criação de novos formatos formam um caldeirão que ajudou Minas Gerais a manter suas posições nos diferentes rankings e melhorar os resultados. “Aliado ao melhor desempenho da economia brasileira, Minas vive condições próprias muito favoráveis ao setor de franquias. Temos aqui um interior muito grande e que resistiu melhor à crise. Hoje as pessoas não querem viajar para consumir nos grandes centros, então a entrada das marcas nessas cidades teve o ritmo acelerado. A crise também fez que negócios independentes buscassem se integrar às redes em busca de melhores condições de negociação, melhoria dos processos e profissionalização da gestão. Drogarias, óticas e até hotéis, entre outros, passaram por esse processo”, explica Danyelle Van Straten. Recomeço – Por outro lado, o forte abalo sofrido por setores tradicionais, como mineração e siderurgia, nos últimos anos levou para o mercado executivos com ótima qualificação e capacidade de investimento acima da média. Se no início da crise econômica, em meados de 2014, o chamado “empreendedorismo por necessidade” foi alavancado pelos desempregados de nível médio e básico, nos últimos dois anos foram os executivos de alto escalão que buscaram um recomeço através do franchising. “Muitos executivos de alto escalão que perderam o emprego não conseguem se recolocar no mercado e estão buscando nas franquias uma oportunidade. Vejo isso acontecer na minha empresa (Depyl Action) quando recebo o perfil dos candidatos. Essa maior experiência e qualificação reflete no saldo entre unidades abertas e fechadas no período. No primeiro trimestre do ano passado ficou em 1%. No mesmo período de 2018 quase dobrou, atingindo 1,8%”, destaca a diretora regional da ABF Minas. Perspectiva – A perspectiva para o fim do ano, segundo a gestora, é que Minas Gerais continue crescendo acima da média nacional, prevista pela ABF para entre 7% e 8% em faturamento e 5% em unidades. ?Ano passado voltamos a crescer em dois dígitos e devemos manter esse desempenho. Isso está ligado a um amadurecimento do setor no Estado alicerçado na melhoria dos processos internos, uso da tecnologia e diversificação dos formatos?, pontua a empresária. CRESCIMENTO NOMINAL FOI DE 8,4% NO BRASIL, APONTA ABF A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising divulgada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelou que o setor de franquias teve um crescimento nominal de 8,4% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo período de 2017. O faturamento passou de R$ R$ 37,565 bilhões para R$ 40,734 bilhões. De acordo com o levantamento, o desempenho do setor de franquias no 1º semestre deste ano comparado ao mesmo período de 2017 resultou numa alta de 6,8%. O faturamento subiu de R$ 74,455 bilhões para R$ 79,496 bilhões. Quando comparados o segundo trimestre com o primeiro trimestre de 2018, o crescimento foi de 5,1%. Já em relação ao valor acumulado dos últimos 12 meses, o aumento da receita foi de 7,4%. Esse índice elevou o faturamento de R$ 156,812 bilhões para R$ 168,360 bilhões. Segundo a gerente de Inteligência de Mercado da ABF, Vanessa Bretas, apesar de a economia brasileira apresentar características de crise e o clima de incerteza no campo político, o que gera diminuição no ritmo dos investimentos, o ótimo resultado do trimestre está ligado à manutenção das vendas, mas, especialmente, a uma retomada do ritmo de expansão e ao empenho das redes em diversificar formatos e produtos. “Os resultados vieram dentro do esperado diante da análise das últimas pesquisas e dos investimentos feitos pelas franqueadoras em inovação. Novos modelos de negócios, parcerias em busca de entrada em mercados não tradicionais, investimento em tecnologia e gestão. Tudo isso gera um setor mais maduro, capaz de gerar demanda e atender novos nichos”, explica Vanessa Bretas. O franchising brasileiro obteve uma pequena elevação do nível de empregos no 1º semestre de 2018. A pesquisa da ABF apontou que houve uma alta de 2% no número de postos de trabalho no período, que passou de 1,2 milhão para 1,224 milhão de pessoas diretamente empregadas no setor. Segmentos – Os 11 segmentos listados pela ABF tiveram desempenho positivo no segundo trimestre frente aos mesmos meses do ano passado. A pesquisa indicou que o segmento com maior crescimento no período foi Entretenimento e Lazer, com alta de 16,1%. A diversificação de serviços, o lançamento de novos formatos de negócios, a maior procura por games e jogos de realidade virtual foram os principais fatores que contribuíram com esse avanço. Hotelaria e Turismo foi o segundo de maior crescimento, com 14,6%, impulsionado pelo aumento da demanda por viagens corporativas e de cruzeiros. Além disso, redes do segmento lançaram mão de parcelamentos e promoções para manter suas vendas. A elevação do dólar impactou as redes, porém ela foi parcialmente compensada pela venda de pacotes e destinos nacionais. E o terceiro melhor desempenho foi registrado em Casa e Construção, com 11,3%. O segmento cresceu no período, alavancado principalmente pelo varejo da construção, com a opção dos consumidores pelas reformas, manutenções e/ou adaptações dos imóveis. “Não tivemos nenhuma grande surpresa entre os segmentos. Eles mantiveram o ritmo e vêm demonstrando um crescimento amadurecido, sem sobressaltos”, pontua.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas