Negócios

Sky Airline quer estreitar laços entre Chile e Minas; leia entrevista exclusiva

Confira a entrevista exclusiva com o gerente de vendas da Sky Airline, Jaime Fernandes
Sky Airline quer estreitar laços entre Chile e Minas; leia entrevista exclusiva
Crédito: Divulgação Sky Airline

Primeira low cost a oferecer voos no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) – ligando a Capital a Santiago -, a Sky Airline nasceu em 2001, no Chile.

A expectativa é que a rota, que opera durante a temporada de inverno e conta com três frequências semanais (às terças, quintas e sábados), se torne permanente e que, em breve, outros destinos sejam conectados.

Para falar sobre a importância do mercado mineiro e os planos da companhia para o Brasil, o Diário do Comércio conversou com exclusividade com o gerente de vendas da Sky Airline, Jaime Fernandes.

Hoje vocês estão em aeroportos de seis estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Brasília). Quais os próximos?

Operamos atualmente oito frequências para o Brasil de distintos países: Chile, Uruguai e Peru. Estamos sempre olhando novas oportunidades, e acreditamos que o Brasil é um País muito importante para a estratégia de expansão da Sky. E nosso objetivo é oferecer mais opções, especialmente na temporada de neve, que vai de junho a setembro. Já são quase 60 voos semanais para Santiago, de São Paulo, Rio, Florianópolis, Salvador, Brasília e Belo Horizonte. A gente projeta uma temporada de neve muito exitosa e espera transportar quase 140 mil passageiros durante o período. O chileno gosta muito de praia, então os destinos de Florianópolis, Rio de Janeiro e Salvador são muito atrativos, têm muito apelo para o viajante chileno e, em contrapartida, nossa estratégia é oferecer opções diretas de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo para o passageiro brasileiro que queira visitar tanto o Chile, assim como o Peru, e também o Uruguai.

Bom, Minas Gerais e Belo Horizonte não são destinos de praia, mas têm um patrimônio histórico-cultural muito importante. Ao mesmo tempo temos muitos interesses em comum com o Chile, especialmente pela questão da mineração. Já é possível descrever o perfil do cliente mineiro da Sky Airline?

Estes voos estão focados em pessoas que visitam a neve. Acreditamos que, com o tempo, a gente vai abarcar outros segmentos. Procuramos que o chileno conheça o potencial dos fornecedores da mineração, conheça clientes no estado de Minas Gerais, a comida mineira, que as universidades estabeleçam vínculos, laços. O tráfego demora um tempo para amadurecer e nosso intuito é fortalecer esses laços para que exista mais tráfego entre Belo Horizonte e Santiago.

Para garantir a satisfação do cliente é preciso ter uma equipe treinada e engajada. Dentro disso, como vocês estão enfrentando o cenário global de falta de mão de obra?

Nós estamos incertos nesta problemática de mão de obra qualificada. De fato, a gente precisa, para decolar o plano de expansão de pilotos, tripulantes, comissários. Por enquanto, não contamos com o pessoal propriamente no Brasil. Estamos enfrentando nossos desafios com planejamento, com tempo, e tratando de nos fornecer gente qualificada que esteja em sintonia com o nosso plano de expansão. Quero contar também que o perfil das pessoas que trabalham no Sky está muito alinhado com os valores da nossa companhia. Nós divulgamos nossos valores, somos corretos, conscientes, próximos e comprometidos. E é muito forte na cultura de Sky esses valores que tratamos de inculcar em nossos colaboradores.

A aviação tem um grande impacto sobre o meio ambiente, especialmente por conta do combustível. Como a Sky lida com as questões do impacto ambiental e toda a cultura ESG?

Temos um forte foco e um objetivo de ser uma aerolínea sustentável. Para isso, a gente tem investido em aviões com uma tecnologia de ponta que permite ser os mais eficientes do mercado. São aviões com grande capacidade e que reduzem em 31% o consumo de combustível e 50% o impacto sonoro. No momento a gente já conta com 32 aviões Airbus entre 320 e 321 Neo e somos uma das frotas mais novas da América Latina.

A pandemia alterou e encareceu o turismo aéreo no mundo todo. Quais os aprendizados da pandemia e quando os custos vão voltar ao normal?

Em 2020 paramos completamente de voar, enfrentamos um choque de custos, um choque de operação muito forte e, afortunadamente, fomos capazes de sobreviver, de passar através do efeito da pandemia. Acreditamos que os números já tenham se recuperado. A viagem é muito aspiracional. Depois da pandemia as pessoas queriam desfrutar, ter férias com seus filhos. Vimos, desde 2021, um incremento importante do desejo das pessoas por viajar. E estamos muito conscientes de que, para ser uma indústria que tenha sucesso, temos que manter os custos controlados e crescer. Hoje já somos uma das principais companhias aéreas da América do Sul. Temos uma posição privilegiada na América do Sul, operamos em nove países, temos mais de 40 destinos, somos a segunda aérea mais importante nos mercados domésticos do Chile e do Peru, e uma parte importante do nosso plano de crescimento é no Brasil.

Voltando a falar da questão das operações do Brasil, recentemente a companhia aérea Gol pediu recuperação judicial nos Estados Unidos. Esse fato fez com que vocês, em algum momento, reavaliassem a expansão no Brasil?

Absolutamente. Temos o nosso plano de negócios e o Brasil é um mercado estratégico para nós e queremos conectar aos brasileiros com mais frequências e mais destinos na América do Sul.

O Brasil é um país muito grande. Vocês já têm parcerias com empresas que atuam regionalmente para ajudar o passageiro do interior e chegar nos aeroportos das capitais?

Estamos trabalhando em alianças entre as aéreas. Hoje, por enquanto, não temos um parceiro no Brasil. Estamos começando. Já temos parceria com as Aerolíneas Argentinas e Air France KLM. Esperamos, dentro de pouco, expandir esta aliança com novos parceiros e, especialmente, buscar um parceiro no Brasil para ajudar o passageiro a se conectar com essas alianças interlineares. E, ao mesmo tempo, temos tido muito apoio dos aeroportos. Tem sido muito boa a acolhida nos aeroportos em que atuamos no Brasil.

Recentemente a Sky lançou o seu programa de fidelidade, o Sky Plus. Quais os diferenciais e importância estratégica dele?

É um programa gratuito que oferece muitos benefícios. É um item importante para nossa consolidação na América do Sul. Estamos seguros que vai contribuir com a nossa proposta de valor, porque além dos preços acessíveis, oferece benefícios aos nossos passageiros frequentes. A cada viagem, os passageiros acumulam pontos que podem ser trocados em um ecossistema de alianças disponível em nosso site.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas