Startup mineira pretende prevenir R$ 1,5 bilhão em golpes com biometria de voz

Após registrar um aumento de 122% na “eficácia em evitar perdas financeiras” e uma redução de 77% em fraudes, comparando 2023 com 2022, a Minds Digital, startup mineira especializada em tecnologia de biometria de voz, pretende, agora em 2024, por meio dos canais de seus parceiros, reforçar o ambiente de segurança digital.

Operando desde 2017, a empresa tem oferecido soluções antifraudes na autenticação de pessoas em diferentes canais. Mas foi durante a pandemia que um banco privado que já era cliente da empresa, sentiu um impacto maior de fraudes no atendimento e buscou uma solução. “Foi, então, que começamos a trabalhar com a ferramenta de biometria de voz. Pois tinha que ser uma solução que tivesse aderência com o atendimento via telefone e um mínimo impacto da jornada do cliente”, explica a head de marketing da empresa, Alessandra Tutunic.

Dessa forma, a gestora conta que a empresa começou a desenvolver uma tecnologia utilizando inteligência artificial que fosse capaz de reconhecer a voz das pessoas. Com algoritmos próprios desenvolvidos na empresa, a inteligência artificial autentica a voz de quem está do outro lado da linha, resguardando a certeza de que é realmente o cliente da empresa que está falando e não um golpista. 

“A gente grava uma parte da conversa com o cliente e gera um print biométrico, que é o voice print no cadastramento. Daí, quando o cliente liga, a tecnologia converte a fala dele em um diagrama e a inteligência artificial compara com a voz cadastrada no primeiro contato com a empresa dando um ‘match’”, explica. Com isso, o sistema reconhece ou não e, se não der o match, acende um sinal de alerta. A ferramenta também vincula a voz ao número do CPF da pessoa e ao número do telefone, dificultando e cercando ainda mais os golpistas. “A gente consegue construir uma rede de fraudes. E alertar: este número que está te ligando já ligou informando outro CPF, por exemplo”, explica.

Desse modo, a Minds Digital já conseguiu prevenir mais de R$ 60 milhões em fraudes bancárias. E estima prevenir golpes que somam uma importância de R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos. Com a ampliação do uso da ferramenta em outros parceiros, a expectativa da empresa é que crescer 35% este ano. “São muitas ferramentas funcionando em conjunto para fortalecer o ecossistema de segurança digital. A ideia é que com isso consigamos beneficiar tanto as empresas quanto os consumidores”, comenta.

De acordo com Alessandra Tutunic, as “organizações golpistas” são muito estruturadas. “A gente tem uma visão que os fraudadores são amadores e eles não são. Hoje, eles têm tecnologias e estruturas poderosas e, às vezes, até enganam pessoas, de forma que nem elas ficam sabendo que estão trabalhando para aplicar fraudes”, alerta. A empresa não trabalha apenas para o setor bancário. Alessandra Tutunic conta que qualquer relação de venda via call center, WhatsApp ou aplicativo é passível do uso da ferramenta. “Alguns setores têm impactos maiores de fraude que outros, mas outros setores já se movimentam em busca de soluções a fraudes como seguradoras, planos de saúde e o próprio varejo com marketplaces e aplicativos próprios”, comenta.