Supermercados apostam no WhatsApp para divulgar ofertas

Uma pesquisa realizada pela DS Marketing, empresa que apresenta soluções para automatizar o marketing de pequenos varejistas, mostra que 43% dos supermercados fazem campanhas promocionais ao menos uma vez por mês. A pesquisa tem como base as quase mil (966) empresas-cliente.
O levantamento mostra ainda que os mercados disparam, em média, uma campanha e/ou promoção a cada três dias. De acordo com o CEO da DS Marketing, Luan Azevedo, uma frequência que deve só aumentar. “Nossa empresa percebeu que os pequenos varejistas, sobretudo supermercados, farmácias e techshops, tinham dificuldades de conversar com os clientes e foi nesse nicho que apostamos”, ressalta.
O empresário conta que grande parte dos clientes da empresa é comércio de bairro. “Então, o que a gente oferece é uma ferramenta que agiliza o atendimento e o retorno dessas demandas, proporcionando fidelização e proximidade com os clientes”, defende Azevedo.
Mais de 130 varejistas ouvidos na pesquisa da DS Marketing são de Minas Gerais e o levantamento mostra que mais da metade faz campanhas por WhatsApp.
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No Supermercado Poupe Sempre, no bairro Santo André, em Belo Horizonte, o gerente José Luiz Braga diz que a frequência de postagem é até maior que a média do levantamento. “Postamos promoções todos os dias”, diz. Ele comenta que a ferramenta é de suma importância para o negócio e cria uma boa relação com a clientela. “O WhatsApp facilita demais o nosso contato com o cliente. A gente divulga promoção, tira dúvida dos clientes, faz atendimento frequente”, explica.
Braga lembra que antigamente existiam os encartes em papel impresso, mas hoje, a ferramenta não só divulga campanhas, como traz o cliente para a loja. “Quando a gente divulga um produto ou uma promoção, a gente quer trazer o cliente para dentro da loja. Aqui ele vai acabar comprando itens a mais do que o que realmente o trouxe até aqui”, diz.
No Mais Prático Supermercado, bairro Letícia, também na capital mineira, a frequência de anúncio via WhatsApp também é grande. Eles disparam todos os dias ofertas e promoções. De acordo com o gerente, Roniver Carvalho, após o uso do app, as vendas aumentaram em cerca de 15%.
No mercado Mumu Laticínios, a subgerente Jéssica Souza e Silva conta que a ferramenta, além de aproximar e atender melhor o cliente, evitou perdas. “Como trabalhamos com produtos com validade curta, o WhatsApp reduziu, inclusive, as perdas, pois vendemos mais rápido“, comenta.
A pesquisa mostrou ainda que Minas Gerais ocupa o segundo lugar no ranking dos comércios que mais disparam campanhas pela ferramenta, com 13%. Perdendo apenas para São Paulo, com 15%. Em terceiro lugar vem o Paraná, com 9,47%, depois Goiás, com 5,57% e Santa Catarina, com 5%. “A região Sudeste concentra o maior número dos nossos clientes e o maior volume de negócios, daí a representatividade”, explica Azevedo. Para ele, a tendência do aumento do uso da ferramenta é por todo o Brasil e aos poucos os pequenos varejistas vão se profissionalizando. “A gente percebe que independentemente do tamanho da empresa, o marketing digital é necessário. O perfil do consumidor mudou e o Brasil é uma das nações que mais passa tempo no digital. Então, o varejista precisa se fazer visto ali”, comenta.
Mensuração de resultado e baixo custo
Entre as vantagens de adotar as ferramentas digitais, o CEO da DS Marketing aponta a facilidade de mensurar resultados. “Quando a gente vai para as estratégias mais convencionais que são os encartes impressos, o custo é alto, a efetividade muito baixa e não há como mensurar resultados.
No digital, eu consigo rastrear o resultado e ter uma capacidade de investimento menor para um resultado muito maior. Com R$ 5 hoje, eu consigo impactar 10 mil pessoas facilmente. E o WhatsApp permite a comunicação unitária, única e personalizada”, comenta.
Sebrae orienta atendimento assertivo e ágil
O especialista em varejo do Sebrae Minas, Victor Mota, acredita que o WhatsApp seja a principal ferramenta de vendas do comércio atualmente. Na visão dele, para muitas lojas, é onde a conversão da venda acontece. “É uma ferramenta poderosa, um canal direto com o cliente. Ele substituiu o telefone e, hoje, as pessoas preferem mandar uma mensagem no WhatsApp do que ligar para a empresa”, aponta.
Porém, o especialista do Sebrae alerta que muitas empresas ainda perdem uma grande oportunidade porque demoram a responder. E explica a importância de um retorno rápido e assertivo. “O importante é que o cliente consiga contato com o empreendedor e que o atendimento seja feito na velocidade certa. Quando o telefone fixo tocava, você parava tudo que você estava fazendo para atender, até porque incomodava. Hoje, o empresário precisa responder de forma ágil, não dá para ser meia hora depois”, orienta.
Mota ressalta ainda que o cliente não respondido, tenta outras opções. “Ele fica impaciente sem retorno, procura outra alternativa e quando a primeira responde, pode ser tarde demais”, comenta.
Ele também orienta que assim como nas lojas físicas é preciso treinamento dos atendentes. “Em uma venda, se seu comércio não atende o pedido do cliente, dê a ele alternativas e soluções para a dor apresentada. Busque oferecer produtos semelhantes ou substitutos e evite o simples ‘não tenho’”, diz.
Concluindo, o especialista diz que o Sebrae Minas realmente orienta micro e pequenas empresas a utilizarem a ferramenta, mas de forma assertiva e eficiente.
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