Vila Galé Ouro Preto terá investimento de R$ 80 milhões

de Cachoeira do Campo *

Um hotel histórico aos moldes dos que a rede mantém no Rio e em diversas cidades de Portugal. É o que a rede Vila Galé promete para as ruínas do antigo Colégio Dom Bosco e que também abrigou o Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, no distrito de Cachoeira do Campo, localizado a 24 quilômetros de Ouro Preto – região Central do Estado.

Sob investimentos de R$ 80 milhões e a geração de 120 empregos permanentes diretos e 600 postos de trabalho indiretos, trata-se da primeira unidade da rede hoteleira – famosa por seus resorts no Nordeste – em Minas Gerais. O resort deverá abrir suas portas em dezembro do ano que vem. 

Até lá, será realizado um intenso trabalho de revitalização para deixar o casarão no nível que merece uma cidade histórica como Ouro Preto, reconhecida, pela Unesco, como Patrimônio Cultural da Humanidade. A depender das liberações e licenciamentos, as obras podem começar em outubro de 2023.

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De acordo com o fundador e presidente do grupo, Jorge Rebelo de Almeida, o Vila Galé é, atualmente, a principal rede de resort com atuação no Brasil. Mais de 400 mil pessoas passam pelos hotéis do grupo por ano e a expectativa é a de que esse fluxo intenso seja aproveitado também em Minas Gerais.

“Para isso, vamos investir na recuperação de todo o imóvel e na formação da mão de obra local. Ter uma equipe bem preparada é uma das nossas grandes preocupações. Posso fazer um hotel extraordinário, com instalações maravilhosas em um lugar lindo. Mas se a equipe não for boa, o hotel não vale nada”, afirmou durante evento de lançamento oficial do empreendimento.

Resort vai se chamar Vila Galé Collection Ouro Preto

Dessa forma, as instalações centenárias que serão todas reformadas prometem uma viagem no tempo a quem optar por se hospedar no Vila Galé Collection Ouro Preto – como será chamado.

Ao todo, serão 228 quartos, dos quais 182 serão inaugurados na primeira fase e 46 em uma segunda etapa. Juntamente, haverá dois restaurantes, dois bares, sete salas de convenções, um auditório, capela, biblioteca, sala de jogos, Spa Satsanga com piscina interior aquecida, Clube Infantil NEP com parque aquático, entre outros atrativos farão parte do resort de campo. É que o formato Collection se destaca pela qualidade do serviço que oferece aos hóspedes.

“Os atrativos são muitos. Estamos a cerca de 20 km de Ouro Preto, sem contar toda a região que é muito bonita. Esse hotel não vai ter praia, mas vai ter muitas piscinas, parque aquático para crianças, SPA com padrão da nossa marca, áreas para eventos, equipe de animação muito boa, ou seja, muitos atrativos. Além disso, vamos contar com os diferenciais da região e do próprio casarão. Os turistas poderão usufruir também da cultura e da história inscritas aqui. É impossível não gostar de Ouro Preto. É impossível não gostar de Mariana”, reforçou. 

Isso porque o local que vai receber o resort abrigou, no passado, o Quartel do Regimento de Cavalaria (1779) e o Colégio Dom Bosco, que passou a funcionar ali em 1896. Com origem colonial, o local impressionou o empresário português, quando de sua visita às ladeiras, casarões e igrejas históricas de Ouro Preto, em novembro do ano passado.

Durante seu discurso, o executivo voltou a falar que reformar casarões históricos é uma de suas paixões. Tamanha foi a conquista que, quatro meses depois, especificamente em março, o contrato entre os salesianos e o Vila Galé estava celebrado.

Contrato de 60 anos com os salesianos

Sobre o formato do negócio, a assessora Estratégica para Negócios em Turismo da Invest Minas, Bárbara Botega, que intermediou toda a negociação, informou que o contrato tem duração de 60 anos e que pode ser renovado posteriormente. Além disso, os salesianos são sócios do empreendimento, tendo direito a parte das receitas quando do funcionamento do hotel.

Ainda segundo ela, o Villa Galé em Ouro Preto representa a materialização e sucesso das iniciativas do governo do Estado e da Invest Minas na atração de investimentos ligados ao turismo. 

“Esse empreendimento será um catalisador do turismo em Ouro Preto, a partir da integração do patrimônio histórico e cultural com uma infraestrutura hoteleira de classe mundial”, afirmou.

O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, por sua vez, enalteceu a chegada do Vila Galé ao Estado. Segundo ele, trata-se do primeiro hotel de cadeia internacional em mais de 30 anos em Minas Gerais e funcionará como um divisor de águas.

“Um empreendimento desse porte, com a segunda principal rede de hotéis de Portugal, reforça o potencial do turismo mineiro no mundo e contribui enormemente para promoção da marca Minas Gerais no País e no mundo”, resumiu.

Os hotéis da Vila Galé são temáticos e atrelados a cultura e arte. Por isso, a nova unidade abrigará um Memorial do Colégio Dom Bosco e um Memorial da Polícia Militar, que tinham suas antigas instalações no prédio.

Concluindo, Almeida revelou que identificou na região clima e ambiente propícios ao cultivo de vinhas e olivais. Desta maneira, o hotel, que ficará integrado a uma área de 195 hectares contará ainda com a construção de áreas experimentais dos insumos dos vinhos e azeites da marca Santa Vitória, além de trilhas ecológicas com cascatas é muita beleza natural.

Inhotim ainda está nos planos

Contudo, o presidente da rede Vila Galé segue com os planos de instalar um segundo hotel no Estado. O Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), também encheu os olhos do executivo. Porém, quando questionado sobre a possibilidade, disse que “as negociações pararam do lado de lá”.

“Está meio parado não por nosso lado, mas pelo lado de lá. Manifestamos o interesse, ficaram de nos dar a resposta, mas não tem havido nada por parte deles”, respondeu.

Anteriormente, durante a solenidade, Almeida já havia enaltecido seu encantamento com o museu a céu aberto.

“Inhotim é um projeto único, pouco conhecido no Brasil, que deveria ser, porque é, de fato, uma obra de grande referência. Pena que hoje o Brasil capte tão pouco o turismo internacional. Os estrangeiros vão gostar muito de Inhotim e de Minas”, opinou.

O interesse do Vila Galé por Inhotim começou em 2021, quando do 20º aniversário da rede no Brasil. Representantes do governo mineiro chegaram a ter reuniões com os executivos da rede portuguesa, na época, que já avaliavam a possibilidade.

Atualmente, a rede possui dez hotéis no Brasil. São elas: Rio de Janeiro, Fortaleza, Cumbuco, Salvador, Guarajuba, Pernambuco, Touros, Angra dos Reis, São Paulo e Alagoas.

*A repórter viajou a convite do Vila Galé