WeWork: escritórios no Brasil serão impactados?
A WeWork, rede global para locação de espaços de coworking, entrou com um pedido de recuperação judicial na justiça norte-americana no início desta semana. Apesar disso, as 25 operações no Brasil, incluindo os escritórios localizados nos bairros Savassi e Santa Efigênia, em Belo Horizonte, devem permanecer em funcionamento.
Em nota enviada ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, a WeWork Latam esclarece que o grupo se trata de uma joint venture independente. No Brasil, especificamente, para a manutenção das operações, conta com o SoftBank Latin America Fund como o seu acionista majoritário. Na América Latina, o mesmo grupo administra operações também na Argentina, Chile, Colômbia e México desde 2021.
De acordo com a empresa, as operações na região apresentaram um crescimento de receita superior a 31% na primeira metade deste ano, frente ao mesmo período em 2022. Além disso, houve aumento de 26% na receita no segundo trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.
A WeWork Latam enfatiza que o pedido de recuperação judicial da WeWork Inc. nos Estados Unidos não afeta suas operações. Veja trecho da nota:
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“Queremos assegurar que o recente anúncio de pedido de Chapter 11/recuperação judicial da WeWork Inc. nos Estados Unidos não inclui e tampouco impacta a WeWork LATAM. Estamos confiantes de que temos solidez financeira e o melhor time trabalhando na construção de um futuro no qual o trabalho se tornará uma experiência inspiradora e enriquecedora para todos os nossos membros, pelos próximos anos”, posiciona a empresa.
Entenda os efeitos do pedido de recuperação judicial da WeWork
Ao aderir ao Capítulo 11, conjunto de regras jurídicas em caso de falência no território norte-americano, as empresas que têm pedidos aceitos pela justiça, podem se beneficiar de algumas determinações. Dentro do que prevê o documento, as empresas devedoras podem manter as operações em funcionamento e adiar todos os prazos de pagamento, enquanto buscam sanar as pendências financeiras.
Para o CEO do grupo Epar, Eduardo Luiz, empresa especialista em gestão jurídica e imobiliária, se aprovado o pedido permitirá com que a empresa continue suas operações e reestruture seus ativos.
“Eles irão obrigatoriamente precisar renegociar e redimensionar a estrutura imobiliária. Isso significa que a WeWork Inc., a meu ver, não fechará todos os seus escritórios e as decisões provavelmente serão tomadas caso a caso”, avalia. “Isso dependerá da rentabilidade de cada locação e dos termos de renegociação que a WeWork Inc. irá propor aos proprietários de onde se encontram seus escritórios”, pontua Eduardo Luiz.
Pós-pandemia colaborou com a redução de contratos de escritórios comerciais
Ainda segundo o especialista, antigamente, as grandes imobiliárias faziam apenas contratos de longo prazo, e nos últimos anos, passaram a também oferecer serviços de curto período — modelo de negócio da WeWork Inc. passou a atuar, o que fez ampliar a competição no setor.
“O setor imobiliário comercial tem enfrentado dificuldades desde a pandemia e o aumento do trabalho remoto. Portanto, se a empresa rescindir, muitos contratos de locação, mais espaços de escritório permanecerão vagos, tornando o problema ainda pior”, explica.
Expansão foi anunciada neste ano
Em julho deste ano, a WeWork havia anunciado o início de uma expansão de espaços de trabalho flexíveis em Minas Gerais. Na época, para a reportagem, a empresa disse que fecharia 30 parcerias locais para mais dez cidades mineiras. Dentre os municípios mapeados pela marca, estariam escritórios em Betim, Contagem, Curvelo, Juiz de Fora, Poços de Caldas, São João Del Rei, Uberaba, Uberlândia e Unaí.
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