A cultura do café continua firme

A chegada do café no Brasil comemora 300 anos em 2027 e os historiadores afirmam que essa cultura milenar aportou no Brasil, através da Guiana Francesa e pelas mãos do sargento mor português Francisco de Melo Palheta em 1727 e cultivado em Belém do Pará. E mais, entre 1836 e 1857, a crescente produção cafeeira superou a produção de açúcar tornando o café o principal produto de exportação do Império.
Numa trajetória histórica, o café encontrou no Brasil cenários favoráveis à sua expansão por sua diversidade de climas e solos, bem como a presença da mão de obra escrava e barata vinda da África. Em 1850, o Brasil já respondia por 40% da oferta mundial de café. Essa cultura entrou em Minas Gerais, através da Zona da Mata via o “Caminho novo” construído entre 1722 e 1725, ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro.
No período de 1847/1948 até 1929, a Zona da Mata mineira foi responsável em média por 83,2% da produção de café em Minas Gerais e cultivado numa região montanhosa a exigir muita mão de obra! Essa cultura ganha novos espaços no cerrado mineiro, com topografia mais plana e mecanizável!
Vale ressaltar nesses cenários de sinergias econômicas, tecnológicas, sociais e ligadas à sustentabilidade dos recursos naturais a contribuição da pesquisa cafeeira, através da Embrapa Café, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Lavras, Epamig: o conhecimento acessado precede às mudanças, sendo indispensável à tomada de decisão no campo. Mas, não prevalece o risco zero em nenhuma atividade humana!
Em 2025, a produção brasileira de café foi de 55,2 milhões de sacas beneficiadas em 2,25 milhões de hectares com arábica e o conilon, sendo o arábica com 35,2 milhões de sacas (67,9%) do total colhido. As regiões produtoras (BR) foram as seguintes: Norte, com 2,3 milhões de sacas beneficiadas; Nordeste, 4 milhões; Centro-Oeste, 492,8 mil; Sudeste, 47,4 milhões, das quais 25,2 milhões em MG (53,1%); e Sul, com 741,8 mil sacas beneficiadas. O Brasil é o maior produtor de café do mundo (Conab).
E mais, o Sul de Minas e o Centro-Oeste mineiros, safra 2025, com 11,9 milhões de sacas foram responsáveis pela oferta de 47,2% da oferta estadual; 450 municípios são produtores e 46 mil cafeicultores foram assistidos pela Emater-MG(2024). MG respondeu por 72,5% do arábica nacional, e na década de 1950 a antiga Acar definia a cafeicultura como umas das prioridades da extensão rural mineira.
Além disso, para melhorar os ganhos de produção, produtividade e qualidade dessa cultura emblemática são desenvolvidos os eventos tecnológicos (MG); Certifica Minas Café; Circuito Mineiro da Cafeicultura; Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, através de logísticas integradas da Emater-MG + Epamig + IMA (Seapa).
Além disso, o Concurso de Qualidade, que adota normas e padrões internacionais, abrange as seguintes regiões: Sul de Minas, Matas de Minas, Chapada de Minas e Cerrado de Minas.
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