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O futuro do profissional do direito com a Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial já é uma realidade cotidiana na maioria das profissões e no Direito não é diferente; veja ferramentas úteis
O futuro do profissional do direito com a Inteligência Artificial
Inteligência artificial pode ser ferramenta para diversos profissionais, inclusive no direito. Foto: Freepik

Em 11 de agosto foi comemorado o Dia do Advogado. Especialmente neste ano, convido os colegas de profissão a repensarem como fica nosso papel e atuação diante de uma revolução tecnológica impulsionada, especialmente pela Inteligência Artificial, nesta quarta revolução industrial, que revisita muitos desafios para uma área caracterizada pelo tradicionalismo e por processos burocráticos não automatizados.

A IA já é uma realidade cotidiana na maioria das profissões e no Direito não é diferente. É preciso pensar nos impactos dessas novas tecnologias no universo jurídico e, mais que isso, entender como ela pode ser usada de forma intensificada a favor dos profissionais, com o objetivo de abrir possibilidades para um sistema jurídico mais ágil, justo, transparente, acessível e eficiente.

Em um cenário de constante evolução, é preciso estar atualizado frente às novidades tecnológicas e repensar como elas podem afetar o futuro da nossa carreira. Entendo que a IA não vai diminuir a necessidade dos advogados em nossa sociedade, mas certamente provoca profundas mudanças e põe fim à advocacia como sempre conhecemos.

Daí a importância de os profissionais do Direito estarem atentos ao impacto que as novas ferramentas de IA irão causar em suas funções. As tarefas mais rotineiras e burocráticas tendem a ser facilmente resolvidas com o uso das ferramentas de IA, e assim, os profissionais do Direito podem — e devem — se dedicar às questões de maior importância e complexidade, aproveitando-se do máximo do nosso intelecto cognitivo, inerente a nós, seres humanos.

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Em meio a tantas novidades tecnológicas, os advogados vão se destacar pela bagagem de experiências e pelas habilidades humanas, tendo um alto enfoque para o desenvolvimento das denominadas soft skills. As ferramentas de IA trabalham de forma lógica, mas o profissional do Direito deve ser capaz de perceber inadequações em determinadas situações que um algoritmo pode não identificar.

Os advogados devem buscar o aprimoramento de habilidades interpessoais, bem como a capacidade de criar e inovar, desenvolvendo a flexibilidade cognitiva. Isso porque algumas características essenciais para a atuação jurídica não podem ser resolvidas apenas pela Inteligência Artificial, pelo contrário, a inteligência emocional para lidar com imbróglios do meio jurídico, o poder da negociação e a capacidade de criar soluções efetivas para um cliente, com visão macro, ainda não podem ser substituídas pelas ferramentas de IA.

Para quem ainda não conhece, deixo aqui algumas ferramentas que podem ajudar, simplificar e potencializar o dia a dia de um advogado, seja por meio de automações ou com utilização de IA: XJus, Clicksign, Netlex, IViJur, Freelaw, Letalk e Plexi.

Elas podem colaborar para o trabalho dos advogados de diversas maneiras, seja para estruturar e agilizar processos e procedimentos, viabilizar comunicações mais próximas e ágeis com clientes, criar rascunhos de contratos e argumentações jurídicas, facilitar a análise desses, simplificar o estudo e a leitura de grandes volumes de contratos, resumir informações, identificar riscos e conformidade regulatória em bases de dados públicas, tomar decisões com base em dados precisos e até mesmo prever resultados judiciais.

Em resumo, assim como em todas as áreas, contribuem para a automatização de processos e aumento de produtividade.

Vale lembrar ainda sobre as discussões mais atuais quanto à importância de regular o uso da Inteligência Artificial no âmbito jurídico, já que ela também traz à tona desafios éticos e legais, como a segurança de dados e a privacidade, diante da realidade algorítmica. O uso das novas ferramentas deve ser compatível com a imparcialidade, a transparência e a ética profissional.

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