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O “X” da questão: o que falar sobre o magnata Elon Musk

O dono do ex-Twitter é um empreendedor de sucesso em diversos ramos de atividade, consome drogas ilícitas e volta e meia se envolve em polêmicas em diversas partes do mundo
O “X” da questão: o que falar sobre o magnata Elon Musk
Crédito: Reuters/Dado Ruvic

“Babaca e hipócrita”. (Jornalista Guga Chaves, sobre Elon Musk)

A insolência do gringo endinheirado, agredindo irracionalmente a soberania brasileira, não envolve nenhum propósito altruísta, ao contrário do que uma interpretação capciosa, provinda de segmentos obscurantistas, tenta insinuar. Busquemos o “X” da questão. O magnata Elon Musk, dono da rede social “X” (antigo Twitter), não defende liberdade de expressão coisíssima nenhuma com seus desabridos ataques à Justiça de nosso País. Sua malfadada atitude tem a ver com ambição de ganhos financeiros, mesclada com a disposição sibilina de desviar a atenção da opinião pública das investigações, em estado terminal, a respeito da intentona golpista que alvejou fundo nossas instituições democráticas. Já não fosse ele partidário entusiasta, pelo menos ocasionalmente, da internacional ultraconservadora empenhada em estabelecer uma nova ordem política e econômica mundial!

Liberdade de opinião é coisa sagrada. Não admite definitivamente qualquer tipo de censura. Criminalização no uso das plataformas digitais, semeando ódio, estimulando homicídios, suicídios, pedofilia, automutilações, violência contra gêneros, etnias e crenças é coisa bem diferente. A dignidade humana impõe uma distinção cristalina a respeito na preservação dos direitos fundamentais. Os que procuram, no caso em tela, misturar alhos com bugalhos, confundir Zé Germano com gênero humano, desservem a causa civilizatória, comportam-se como violões de um enredo nefasto.

Utilizando o “X” como ferramenta política, atraindo pessoas que comungam de ideias extremadas, Musk mira, na realidade, a desestabilização do esquema jurídico e parlamentar voltado para a urgente e impostergável implementação do processo regulatório da internet. Tal regulação faz-se imprescindível em escala universal. Como acontece no Brasil, todas as democracias acompanham com interesse e esperança os debates e estudos concernentes à palpitante matéria. A internet, como enfatizado pelo Ministro Alexandre de Moraes, alvo das infames assacadilhas do desatinado e arrogante miliardário, não é terra de ninguém. Às lideranças conscientes incumbe o dever primordial de instituir regras para internet. Este fabuloso engenho foi criado com o objetivo de favorecer a comunicação social, o intercâmbio de ideias, o incremento da economia e o bem-estar da gente do povo. Não com a finalidade de alvejar reputações, atassalhar a honra alheia, propalar mentiras como se verdades fossem. E não, também, para erodir os alicerces democráticos e fazer a propagação despudorada das “excelências” de regimes tirânicos.

O Supremo Tribunal Federal, em manifestação incisiva, deixou claro que nenhuma organização, nacional, muito menos estrangeira, desfruta da condição de desrespeitar a Constituição brasileira. Da posição assumida pela Alta Corte compartilham os demais Poderes da República e setores mais lúcidos do pensamento humanístico, jurídico e político da nacionalidade.

A respeito do autor das aleivosias assacadas contra o STF e, por extensão, contra a soberania nacional, cabe adicionar algumas informações significativas, divulgadas por órgãos da imprensa. Elon Musk é um empreendedor de sucesso em diversos ramos de atividade, consome drogas ilícitas e volta e meia se envolve em polêmicas em diversas partes do mundo. O jornalista Guga Chaves, correspondente do “Globo News” nos Estados Unidos, classifica-o de “babaca e hipócrita”. Explica por que: “Seu decantado apreço” pela liberdade de expressão varia de acordo com as circunstâncias e conveniências. Os rendosos negócios ditam seu “procedimento ético”. Por exemplo, Elon não tuge nem mugi diante das severas restrições impostas às operações do “X” na China, Arábia Saudita, Turquia e Índia países dirigidos por governos autocráticos de onde provêm investimentos de elevada monta que abarrotam seus cofres, garantindo sua presença no topo da lista dos ricaços da “Forbes”.

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