Opinião

CARTAS

Sr. Editor Foi com muita satisfação que, como ex-técnico de automação industrial, li reportagem no DIÁRIO DO COMÉRCIO de terça-feira, dia 3, que registra a instalação, em Nova Lima, de um laboratório para pesquisas e inovação de produtos siderúrgicos pela multinacional ArcelorMittal. A notícia não poderia ter vindo em melhor hora, pois no momento em que o estado do Rio de Janeiro assume a liderança na fabricação de aço no Brasil, Minas responde fazendo aquilo que lhe é tradição histórica: fazer melhor. Isto só é possível com investimentos em conhecimento, novas tecnologias, novas aplicações e engenharia, agregando valor aqui mesmo ao nosso minério de ferro. Outros grandes conglomerados siderúrgicos com bases em Minas também avançaram. A Metalúrgica Gerdau, que só trabalhava com vergalhões e aços longos, inaugurou, há pouquíssimos anos, uma moderna chapeadora para produção de laminados de aço-carbono a quente (bobinas de aço plano). A antiga Acesita, hoje Aperam, tem hoje uma linha de aços inoxidáveis de elevado padrão, única no País. E por aí vai. A despeito de todas as implicações políticas e do panorama econômico restrito à produtividade, há exemplos, portanto, de conexão da nossa indústria de base com as demandas do futuro, a chamada indústria 4.0, pois o aço está em quase tudo o que demanda alta tecnologia (indústria automotiva, construção civil, motores, energia etc). Mas é preciso efetividade. Grande ícone da siderurgia mineira e brasileira, o engenheiro Amaro Lanari Junior (desenvolvedor do projeto nipo-brasileiro que resultou na Usiminas) ­tinha por hábito trabalhar discretamente, jamais deixando suas palavras reluzirem mais do que a concretude de sua obra. Acredito que ­estes exemplos que citei (e outros menos divulgados) de inovação na siderurgia mineira, seguem nesta sábia direção que o dr. Lanari buscou. Precisamos valorizar a “inteligência” do mercado consumidor de aço. Isto é, precisamos pensar mais a longo prazo e introduzir na equação de ganhos o fator “estratégia” aos imediatistas e limitados fatores “preço e volume”. Estamos no século do conhecimento. Somente assim, mineiramente, poderemos nos destacar dos concorrentes nacionais e internacionais, sobretudo chineses. Essa é a minha humilde opinião. Que Minas continue dando novos passos, na busca REAL pela excelência e pela inovação! Atenciosamente, Luís Vasconcelos

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