Como medir a felicidade?

Eu vim de uma escola bem pragmática que me deu uma base muito valiosa para o mundo corporativo. Estudei eletrônica numa das escolas mais rigorosas da época, o Cefet-MG, graduei-me em administração e fiz pós em finanças, antes de me aprofundar nas ciências do comportamento humano e agradeço todo esse percurso que sempre me faz olhar para os números.

Na coluna de hoje, quero conversar com o público pragmático, que se apoia sabiamente em fatos e dados para mediar a felicidade. E, mesmo com um arcabouço gigante de artigos científicos, sempre questione, valide para sua realidade, afinal, a ciência da felicidade é uma jovem de 20 e poucos anos e está aprendendo com sua própria jornada, como todos nós.

Uma das analogias mais poderosas para se medir felicidade está relacionada como o tempo (como clima). Aliás, o tempo e a felicidade são parentes de primeiro grau. O tempo e a espiritualidade são irmãos….

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Sugiro abrir o seu smartphone e ir no aplicativo de tempo. Observe que temos precipitação, temperatura, vento e outros indicadores. O mesmo serve para a felicidade. Ela é um construto, você deve sempre se apoiar em vários indicadores para perceber como está a felicidade na sua empresa. Medir emoções, engajamento, relações interpessoais, significado e realização fazem parte do foco multidimensional deste construto. E medi-lo sem a aplicação da inteligência espiritual pode trazer uma certa alienação.

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É mais ou menos assim: imagina que todos estão felizes numa fábrica de cigarros. Mas sabemos que este produto prejudica a saúde das pessoas. Então use sua sabedoria para gerar um construto para medir a felicidade que olhe também o impacto do negócio na sociedade e no meio ambiente. O número pelo número já é um início, mas importante perceber o sistema como o todo (lembre-se sempre do exemplo do tempo).

Importante também avaliar se o instrumento de validação que escolheu está validado no Brasil. Muitos são de pesquisadores de fora e ainda não foram testados por aqui.

Mas eu acredito que ainda você deve estar me perguntando, mas como meço a felicidade? Separei aqui, algumas escalas validadas no Brasil e que compartilho nos treinamentos que realizo. São elas: VIA – IS; Meaning in lifequestionnaire (MLQ); World Health OrganizationQualityoflife (WHOQOL); PERMA -V.

E lembre-se, o comportamento humano pode ser controlado por emoções, desejos, crenças, e valores e em contextos diferentes, o que não está completamente reunido no campo científico. Mas de nada adianta medir, se não mudamos ou transformamos realidades e comportamentos. Assim como medir o tempo pode ser inútil se não realizamos as mudanças nas leis e nos comportamentos, o mesmo vale para a felicidade.

Medir pelo medir sem tomar atitudes de liderança mais humanizada poderá gerar mais frustação neste processo. Por isso, te convido a utilizar uma frase que também utilizo em forma de mantra: “Que a ciência da felicidade seja nossa serva, mas não a nossa rainha”. Se tivermos que comprovar que dar um abraço em alguém precisa ser medido constantemente, nos perdemos no controle excessivo das ações e esquecemos de abraçar a nossa espiritualidade através da prática de valores da vida.

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