Direito para Pequenos Negócios

A publicidade nas relações de consumo e limites legais

Lojistas precisam estar atentos às normas que regulam essa prática

A publicidade é uma ferramenta essencial para o sucesso de qualquer loja ou empreendimento empresarial, sendo fundamental para atrair e manter clientes. No entanto, os lojistas devem estar atentos às normas legais que regulam essa prática, especialmente para garantir a proteção dos consumidores e evitar complicações legais. O Código de Defesa do Consumidor (CDC), por exemplo, estabelece diretrizes claras sobre como a publicidade deve ser conduzida.

Um dos principais aspectos a serem observados é a proibição da publicidade enganosa, definida pelo artigo 37 do CDC. Essa norma proíbe qualquer tipo de anúncio que induza o consumidor a erro, seja em relação às características do produto, como sua qualidade, quantidade e origem, ou sobre seu preço. Por exemplo, se uma loja anuncia um produto como “milagroso” para emagrecimento, mas não possui evidências científicas que comprovem essa eficácia, fica sujeita a penalidades, pois isso é considerado engano, além de eventual responsabilidade civil.

Além disso, a legislação exige que toda comunicação publicitária seja clara e precisa. O artigo 30 do CDC estipula que as informações devem ser apresentadas de forma transparente, o que inclui detalhes sobre preços, características do produto e condições de ofertas. Imagine uma loja que promove um desconto de 50%. É essencial que os consumidores saibam se esse desconto se aplica ao preço original ou se é sobre um valor já promocional. A falta de clareza pode levar a mal-entendidos e, consequentemente, a insatisfação do cliente.

Os lojistas também devem adotar práticas éticas em suas campanhas de marketing. O artigo 39 do CDC proíbe práticas que explorem a vulnerabilidade do consumidor. Isso significa que estratégias como pressão para a compra, por meio de anúncios que criem uma falsa sensação de urgência, são inaceitáveis. Por exemplo, afirmar que um produto está com “últimas unidades” em estoque quando, na verdade, há uma quantidade suficiente, é uma conduta considerada desleal.

As consequências de não seguir essas diretrizes previstas na lei podem ser severas. Além de multas impostas por órgãos de defesa do consumidor, como os Procons, a imagem e reputação da loja podem ser afetadas. Os consumidores estão cada vez mais atentos às práticas de marketing e podem optar por não comprar em estabelecimentos que consideram desonestos.

Portanto, é crucial que os lojistas estejam sempre atentos às normas de publicidade e adotem uma postura ética em suas campanhas. Cumprir com essas obrigações legais não é apenas uma questão de conformidade, mas também uma estratégia que pode garantir a confiança dos consumidores e a sustentabilidade do negócio a longo prazo.

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