Do São Pedro rogai por nós: como as eleições podem impactar as empresas em 2026
Festas de fim do ano também incluem reflexões e previsões para o próximo ano. O de 2026 será marcado pelas eleições no Brasil, então teoricamente não precisa de mais nada para perturbar a vida das empresas. Mas o mundo existe e ele também terá influência forte na economia e nas empresas brasileiras.
O fator número um será o desempenho da economia dos EUA, crescimento de 1.7 % do PIB, da China, 4% e da UE, 1.5%. A volatilidade das decisões da Casa Branca, inclusive o tarifaço, a valorização do dólar, as criptomoedas e os investimentos massivos em IA, além da disputa estratégica com a China, são algumas das incertezas que vão predominar o cenário. E, definitivamente, a posição norte-americana de que a América Latina é seu quintal cria outra variável nas relações com maior a economia do mundo.
A China, que para o Brasil é salvadora da Pátria, e suas políticas econômicas, já que tem estabilidade política, e principalmente sua relação com os EUA, será nossa preocupação número dois. E nisso se incluem os preços do minério de ferro, do petróleo e da soja. As previsões são que o eldorado dos preços altos das commodities passou, mas também tem o fenômeno La Niña, que pode alterar as safras de alguns produtos.
A preocupação com as mudanças climáticas, de preparar as empresas para, não só o custo de energia, mas também para todos os efeitos colaterais que essas mitigações estão provocando, é quase uma certeza no ano que vem. E nessas certezas também se inclui a debilidade da nossa segurança cibernética. Ela não é mais um ato isolado de hackers malucos, mas parte do sistema criminal internacional. Aliás, o crime, com suas extensões internacionais, será uma presença cada vez maior na nossa economia.
Os avanços da IA serão maiores e aí o Brasil dependerá cada vez mais das Big Seven, das maiores empresas de tecnologia. Somos usuários e dependentes. Por outro lado, até para absorver os avanços, as empresas terão que investir em seus recursos humanos. E há muita discussão também se há ou não bolha de investimentos em IA e quais efeitos isso tem no mercado de capitais. A robotização e o uso de IA, além do uso cada vez maior da computação quântica, vão determinar a nossa competividade.
Nesse capítulo, haverá ainda o acordo Mercosul UE, que muda o nosso modelo econômico, além dos conflitos regionais como o da Ucrânia, Oriente Médio, África Subsaariana e tensões na América do Sul.
A tudo isso se sobrepõe a Copa, jogada no EUA, México e Canadá, que terá sua influência própria no turismo, no mercado de TV, e horas trabalhadas. Ou seja, um ano em que está tudo na mão de São Pedro, santo maior, onde há muito para prever, mas muito mais para prestar atenção, nas mudanças geoeconômicas, que estão mais rápidas do que a mudanças de nuvens.
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