AML recebe o público para exposição gratuita sobre a presença feminina na literatura
Estão todos convidados: neste sábado, 5 de outubro, às 10 da manhã, em evento aberto ao público, com entrada franca, será aberta, na sede da Academia Mineira de Letras (AML), à rua da Bahia, a rica exposição “A presença feminina na literatura brasileira: um caminho difícil”. A bela mostra é fruto de produtiva parceria celebrada entre a Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Henriqueta Lisboa com o Instituto Peck Pinheiro, dirigido pelos colecionadores e bibliófilos Patrícia Peck Pinheiro e Rômulo Pinheiro. Apaixonado por Cultura, o casal formou uma das mais potentes coleções do País e já planeja para breve, em Ouro Preto, a inauguração do “Museu da Literatura”, onde seu impressionante acervo ficará acessível a todos, de modo permanente.
Quem visitar a exposição verá mais de setenta livros raros, quase todos em primeira edição, de cerca de cinquenta escritoras brasileiras, desde Delfina Benigna da Cunha, que publicou seu livro de poemas em 1838, até as contemporâneas. Também no catálogo, Nísia Floresta, com “Itinerário de uma viagem a Alemanha” (1857), Maria Firmina dos Reis, com seus poemas de 1881 e Narcisa Amália, com “Nebulosas”, de 1872. E ainda: raridades como “Espectros”, de 1919, de Cecília Meireles (seu primeiro livro, do qual restaram somente dois exemplares), “Fogo Fátuo”, de 1925, de Henriqueta Lisboa, e “Porão e Sobrado”, de 1938, de Lygia Fagundes Telles, jamais reeditado pela autora.
Igualdade fazem parte da exposição as obras de outras autoras pioneiras, como “Horto” (1901), de Auta de Sousa; “Água Funda” (1946), de Ruth Guimarães, e “Quarto de despejo” (1960) e “Provérbios” (1965), de Carolina Maria de Jesus. Nomes que marcaram o século vinte comparecem em peso: Rachel de Queiroz, Carolina Nabuco, Pagu, Clarice Lispector, Hilda Hilst, Cora Coralina, Zélia Gattai e Adélia Prado.
Dedicada à professora Constância Lima Duarte, uma das mais importantes estudiosas da literatura produzida pelas mulheres brasileiras, a mostra também dá o merecido destaque à produção literária das mulheres que ocuparam (ou ainda ocupam) cadeiras na AML, como Henriqueta (eleita em 1968, 14 antes que a ABL elegesse Rachel de Queiroz) e Alaíde Lisboa, Maria José de Queiroz, Lacyr Schettino, Carmen Schneider Guimarães, Yeda Prates Bernis, Elizabeth Rennó, Maria Esther Maciel, Antonieta Cunha, Conceição Evaristo e Ana Cecília Carvalho.
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Terra de importantes escritoras da atualidade, como Ana Elisa Ribeiro, Ana Martins Marques, Ana Maria Gonçalves, Adriane Garcia, Cristina Agostinho e Nara Vidal, Minas continua, em vários momentos, como esse oferecido pela AML, a honrar sua tradição como o lugar das letras, das artes e da literatura, apesar de tudo o que se tem feito para acabar com a Cultura.
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