A chegada de Paulo Haddad à Academia Mineira de Letras
Entre os antigos ocupantes da cadeira de número 20 da Academia Mineira de Letras (AML) estão o notável poeta Emílio Moura, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, a Face; o jurista Ariosvaldo de Campos Pires, antigo diretor da Faculdade de Direito e um dos mais reputados criminalistas brasileiros, e o saudoso Hindemburgo Chateubriand Pereira-Diniz, que presidiu o BDMG e a Fundação João Pinheiro. Falecido há pouco mais de três meses, Hindemburgo foi sucedido por um amigo: o economista Paulo Roberto Haddad, mineiro de Oliveira. Docente na Face, onde foi um dos fundadores e o primeiro presidente do Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional), hoje um centro de excelência reconhecido nacionalmente, Haddad foi também secretário de Estado da Fazenda e do Planejamento, e titular das mesmas pastas no governo federal, então comandado pelo honrado mineiro Itamar Franco.
Autor de vários livros e inúmeros artigos especializados, sobretudo, em Economia, Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Paulo Haddad integrará, a partir de sua posse, um colegiado eclético, plural e inclusivo, onde terá a companhia de acadêmicos das mais distintas formações e trajetórias, como é desejável em toda instituição voltada para o refinamento do pensamento humano, a ampliação de seus horizontes e de suas perspectivas, e, principalmente, para o culto do diálogo e do respeito à divergência.
Fundada em 1909, em Juiz de Fora, por um grupo de intelectuais defensores de valores como a Educação, a Cultura, as Artes, a Ciência e a Democracia, a AML permanece fiel ao sonho de seus idealizadores, mantendo levantada a tocha que acenderam há cento e quinze anos. O Estado e o País apreciam agremiações longevas, sólidas, consistentes, capazes de iluminar e inspirar aqueles que com ela convivem, seja pela qualidade de seus membros, seja pela atualidade e pela relevância da programação que é capaz de elaborar e oferecer.
Vigorosa difusora e divulgadora de conhecimentos, a AML também produz conhecimento, o que pode ser comprovado pela leitura dos volumes de sua famosa Revista, surgida em 1922, quando o presidente da Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Henriqueta Lisboa era o poeta Mário de Lima. Nas versões impressa e digital (disponível, sem custos, em seu site na internet), nossa publicação abre espaço para o melhor da literatura e do ensaio, convocando sempre talentosos escritores para nela veicularem seus textos. Para 2024, está previsto o lançamento de dois novos números, cada um com mais de quinhentas páginas.
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