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Incentivar a leitura para as crianças é alimentar sonhos e inovações

A responsabilidade principal é a dos pais, mas com o apoio imprescindível do poder público e das escolas

Todos conhecem os benefícios do hábito de ler para o desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas. A maioria também tem consciência dos ganhos que os livros e a literatura trazem para o aperfeiçoamento da sensibilidade, a ampliação das capacidades de reflexão e de crítica e, até, da disposição para sonhar, inventar, inovar… Ninguém tem dúvidas a esse respeito. Como, então, disseminar largamente a presença da leitura na vida das pessoas, sobretudo das crianças, homenageadas na semana de 12 de outubro?

A responsabilidade principal é a dos pais. Uma casa cheia de livros favorece o surgimento de leitores. O ideal é que eles estejam espalhados por todos os cômodos, povoando diferentes espaços, em uma desordem saudável, que indique o quanto fazem parte da vida. Que mostrem o quanto são necessários a todos os momentos do dia, em todos os lugares. Os livros devem estar acessíveis, ao alcance da mão. E não em torres de marfim ou em estantes trancadas a chave. Livros na cozinha, na sala, nos quartos, e até nos banheiros…

Os professores, depois, são fundamentais. Não acredito em um professor que não goste de ler. Que não seja curioso. Que não aprecie ou não estime o valor dos livros. Assim como também vejo com reservas as escolas que não dão à literatura o espaço que ela merece. Sonho com um mundo em que os escritores sejam tão queridos e populares quanto os esportistas ou os astros do showbiz.

O poder público deve ser aliado das famílias e das escolas. Todos os níveis de governo devem se mobilizar, de modo permanente, em favor da formação de leitores. Governantes deveriam desfilar em público carregando livros (e não armas) debaixo do braço. Se se dispusessem a indicar autores e obras (sobretudo de poesia e de prosa de ficção), melhor ainda. A conversa pública se daria em torno de temas elevados, que motivam e encantam a alma. Mas é claro que as ações governamentais precisam focalizar, principalmente, políticas públicas sérias e consistentes de apoio ao livro e à leitura.

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Uma das mais relevantes é a que busca fortalecer a presença das bibliotecas públicas e comunitárias em território nacional. É inaceitável que haja várias cidades no Brasil sem qualquer biblioteca. As bibliotecas são núcleos de formação, transmissão e compartilhamento do saber. Na semana da criança, cabe a todos topar um desafio: vamos fundar uma biblioteca em um lugar onde ela ainda não chegou?

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