Livro ‘A noite dos mascarados’ é lançado em Lavras Novas
Quando decidi reeditar “A noite dos mascarados”, a novela policial juvenil que publiquei em 1983, na sede da Imprensa Oficial (então dirigida pelo imenso Murilo Rubião), não alimentei qualquer dúvida: considerei imediatamente que o mais importante seria fazê-la chegar ao seu público-alvo, os leitores e as leitoras de doze, treze anos. O primeiro lançamento foi para os alunos da Escola Municipal Paulo Mendes Campos, de Belo Horizonte. Tivemos uma excelente conversa sobre livros, na qual, certamente, o maior beneficiado fui eu. Sempre me disseram que não é fácil conversar com os pré-adolescentes de hoje. E não é mesmo. Mas a experiência valeu a pena. Saí do encontro com a turma certo de que o mais importante é ouvir o que eles têm a dizer. E fazer perguntas realmente interessadas sobre o mundo em que vivem. Aí, uma interação autêntica se estabelece, com ótimas consequências.
Encorajado, animei-me a programar outros encontros. E pus o pé na estrada. Comecei pela terra de um querido amigo, o acadêmico Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito de Ouro Preto, sempre generoso e acolhedor. Na luminosa e inspiradora manhã de quinta-feira, 27 de março, na Escola Municipal de Lavras Novas, em sessão que contou com a honrosa presença da secretária de Educação do município, Deborah Etrusco, de sua adjunta, Sílvia Teixeira, e de Karen Gomes, da Casa do Professor, dialoguei novamente com os estudantes. Quis saber como se divertem, os jogos e os filmes com que passam o tempo, tanto na tevê quanto na internet. Depois, falamos de histórias, de literatura, e, finalmente, da arte de escrever. Muitos mantêm diários. E o fazem, segundo eles, para “desabafar”, para “conservar seus segredos” ou “para se expressarem”.
Gostei demais de saber que o ato de escrever sobre si continua presente nessa faixa etária, ao contrário do que muita gente pensa. E fiquei feliz. Quem escreve abre um canal de contato, de reflexão e de crítica com relação ao seu entorno, em atitude que transforma para sempre a vida, em geral melhorando as coisas, ampliando horizontes, alargando consciências…
Na semana que vem, farei o terceiro encontro. Dessa vez na linda cidade de Mariana, no Colégio Flecha, na programação da Flimari, a Festa Literária daquele município. Já estou entusiasmado: com base nas sessões anteriores, tenho constatado, com alegria (e alívio) que ainda há espaço, na atualidade, para a leitura de literatura, embora nosso contexto esteja, cada vez mais, dominado pela força das redes sociais e dos jogos digitais.
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