No Dia Nacional do Poeta
Celebrado em 20 de outubro, o Dia Nacional do Poeta oferece a oportunidade de destacar o quanto a poesia faz bem à vida humana, embora muitas vezes as pessoas não se deem conta disso. “Nem só de pão vive o homem…” ou “A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte…” são expressões verdadeiras. Ninguém aguenta existir apenas no plano do atendimento de suas necessidades básicas, como alimentação, moradia e sono. Mais até que de dormir, os seres humanos precisam sonhar, inventar outros mundos, recriar a sua realidade – para enfrentar com mais ânimo os desafios do cotidiano, para recuperar a alegria e a fé, para seguir adiante. Para que as coisas façam sentido…
Artesãos da linguagem, os poetas erguem universos atraentes, seja pela sua beleza, seja pelo espanto ou pela surpresa que são capazes de provocar. De todo modo, instalam no nosso horizonte possibilidades até então não previstas, alterando nossos modos de pensar, e, sobretudo, de sentir. E isso não é pouco. Não é fácil influir sobre estruturas mentais fixadas pelo tempo, pelo hábito, pelo costume, pela ideologia. A poesia, muitas vezes, consegue superar esses obstáculos e atingir camadas profundas e íntimas de nosso ser. É poderosa e subversiva. Mostra que a existência merece ser bem melhor…
Se você ainda não se arriscou pelos caminhos da poesia, não perca a chance. Nem que seja pelos ganhos de que sua inteligência certamente se beneficiará com a leitura ou a audição dos textos poéticos. O contato com a poesia promove novas sinapses e enriquece o nosso repertório, aumentando a criatividade, a imaginação, a capacidade para resolver dilemas ou impasses. Embora o mundo da poesia seja autônomo e independente, embora ele exista em si mesmo, sem atender a nenhum princípio de finalidade ou de utilidade, é inevitável que a sua existência e o seu vigor repercutam sobre nossas trajetórias, dotando-as do contato com sensibilidades, cores e qualidades de que talvez, de outros modos, não tomássemos conhecimento.
Os poetas existem desde tempos imemoriais. É impossível dizer quem inaugurou esta Arte. Talvez ela tenha nascido com a espécie. O fato é que, em nenhuma época, prescindimos do olhar poético sobre a vida, nem nos períodos mais terríveis, marcados por guerras, fomes ou epidemias. Talvez a poesia seja a seiva que alimenta a alma, que a salva do desencanto, da desesperança, do fim…
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