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Paulo Beirão toma posse nesta sexta (5) na Academia Mineira de Letras

Com expressivo número de votos, professor toma posse na noite desta sexta-feira (5)

Tendo como patrono o Inconfidente Thomaz Gonzaga, na cadeira de número 34 da Academia Mineira de Letras (AML) já se assentou Juscelino Kubitschek, eleito no ciclo final de sua impressionante existência. Prefeito que deu a BH um patrimônio da Humanidade, a Pampulha, JK foi grande amigo da Cultura e das Artes. Convidou Guignard para morar na cidade e, assim, renovar e dinamizar o panorama local. Entre seus assessores na Presidência da República estiveram Autran Dourado, Augusto Frederico Schmidt e Alphonsus de Guimaraens Filho. Foi um governante de espírito iluminista e desbravador, algo raríssimo nos dias que correm.

Depois de Juscelino, a cadeira 34 acolheu o imenso Afonso Arinos de Melo Franco, autor da primeira lei da República contra o racismo, ainda em 1951. Como ministro das Relações Exteriores de Jânio Quadros, foi o formulador da política externa independente, até a melhor bússola para a diplomacia nacional. Sua atuação na Constituinte de 88 também foi marcante.

Professor e escritor, seus volumes de memórias são obras-primas da literatura brasileira. Quem sucedeu ao chanceler foi Gerson Boson, cassado em 1969 pela ditadura militar nas suas funções de reitor da UFMG. Depois reitor da UEMG, era catedrático de Direito Internacional e jurista respeitado. Seu substituto na Casa de Alphonsus de Guimaraens foi o saudoso Orlando Vaz Filho, secretário de Educação de Belo Horizonte e presidente da Casa do Brasil na França.

Eleito com expressivo número de votos, o professor Paulo Beirão toma posse na noite dessa sexta-feira (5), na sede da rua da Bahia. Mineiro de Belo Horizonte, formou-se em Medicina pela UFMG, instituição à qual dedicou toda a sua carreira e de onde hoje é professor emérito. Idealizador do Parque Tecnológico de BH, foi igualmente um dos responsáveis, há 25 anos, pelo surgimento do IEAT (Instituto de Estudos Avançados e Transdisciplinares) e seu primeiro presidente. Como diretor do CNPq, foi decisivo para o sucesso do memorável programa “Ciência sem fronteiras”, que beneficiou mais de cem mil estudantes.

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De trato afável e sempre aberto à escuta e ao diálogo, Paulo Beirão vem para integrar-se a várias linhagens de acadêmicos, entre as quais a dos médicos, a dos cientistas e a dos professores. Sua chegada honra a AML e confirma sua vocação para a defesa dos valores essenciais à vida civilizada: a Educação, a Cultura, a Ciência e a Democracia.

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