Primeiro Colóquio sobre a Língua Portuguesa acontece de 8 a 10 de maio na sede da AML
Iniciativa conjunta da Academia Mineira de Letras (AML) e da Associação Internacional dos Lusitanistas, o Primeiro Colóquio Internacional sobre as Diásporas da Língua Portuguesa reúne, entre os dias 8 e 10 de maio, na sede da AML, vários estudiosos e especialistas no nosso idioma, entre os quais o professor Augusto Santos Silva, da Universidade do Porto, ex-presidente da Assembleia da República de Portugal e ex-ministro da Educação, da Cultura e dos Negócios Estrangeiros daquele país. Os acadêmicos Jacyntho Lins Brandão, presidente da Casa de Alphonsus de Guimaraens, Antonieta Cunha e Conceição Evaristo também participarão do evento, bem como personalidades como Paulo Henriques Brito e Luísa Severo Buarque de Holanda.
Coube-me fazer a conferência de abertura do Colóquio, dedicada à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, fundada em 17 de julho de 1996, e integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Em minha intervenção, lembrei o papel decisivo desempenhado pelos mineiros na constituição dessa importante organização internacional. Entre eles, o presidente Itamar Franco, cuja gestão deu impulso fundamental à Comunidade. Também mencionei o trabalho incansável do embaixador José Aparecido de Oliveira, que percorreu todos os países falantes do Português para “costurar” os acordos políticos que viabilizaram a CPLP.
Fruto da chamada “diplomacia cultural”, a CPLP só foi possível por prever um estatuto de plena e rigorosa igualdade entre seus membros, vencido o drama colonial a que vários deles foram expostos por tantos séculos, a custos altíssimos. O processo de descolonização africana, iniciado nos anos setenta, foi indispensável para dotá-los da autonomia necessária a uma saudável e altiva participação na vida internacional. Outro ponto importante foi o que fixou que todas as decisões na CPLP são tomadas por consenso, afastando, assim, do âmbito da Comunidade, a disputa pela hegemonia e as brigas por poder. A linguagem na CPLP deve ser a da negociação permanente.
Também mencionei decisão recente da CPLP (datada de 2023) que agregou um quarto pilar aos três sobre os quais se ergueu a Comunidade. Agora, além da concertação político-diplomática, da promoção da cultura e da língua portuguesa e da cooperação para o desenvolvimento, a CPLP agora também se guia pelo pilar da cooperação econômica, uma exigência de primeira ordem, cujo tempo finalmente chegou.
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