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Solenidade em São Luís do Maranhão celebra 35 anos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa

Academias Mineira (AML) e Maranhense de Letras realizaram a memorável sessão no último dia 19 de novembro

Terra natal de Artur e Aluísio Azevedo, Graça Aranha, Odilo Costa, filho, Josué Montello e Ferreira Gullar, São Luís sediou, em 19 de novembro, no Convento das Mercês (inaugurado pelo Padre Antônio Vieira em 1654), memorável sessão conjunta entre as Academias Mineira (AML) e Maranhense de Letras, com a finalidade de celebrar os trinta e cinco anos do anúncio da criação, na mesma cidade, do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), sediado na Cidade da Praia, em Cabo Verde, África, e atualmente dirigido pelo competente João Neves.

Na mesma solenidade, foram prestadas as devidas homenagens aos ‘arquitetos’ do nascimento do IILP, os presidentes Sarney (Brasil) e Mário Soares (Portugal) e o Embaixador José Aparecido de Oliveira, um dos mais entusiasmados defensores da aproximação entre os povos que falam o nosso Idioma. Ao final do evento, houve o lançamento do livro que o Embaixador Lauro Moreira e eu organizamos: “Nos vinte e cinco anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (Editora Del Rey, 252 páginas), uma reunião de artigos reflexivos e críticos sobre a trajetória da CPLP, de sua fundação, em 96, até a atualidade. Entre os autores, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos e Caio Cesar Boschi, ambos integrantes da AML.

Em seu discurso no evento, o Embaixador Lauro lembrou que o Português é língua policêntrica e multicontinental, fazendo-se presente em todo o planeta, sendo uma das mais faladas do mundo. E assinalou que a CPLP veio para dar uma moldura institucional a um relacionamento construído cultural e historicamente, ao longo de mais de quinhentos anos. O presidente Sarney relatou as dificuldades por ele enfrentadas, em 1989, para concretizar a iniciativa de fundação do IILP, uma vez que os países africanos (naquela ocasião independentes há cerca de 15 anos) ainda resistiam muito a estreitar vínculos com Portugal: “A saída foi propor a união em torno do Idioma. Aí, tornou-se possível reunir todo mundo em São Luís”.

Autor de vários livros, entre os quais os romances “O dono do mar” e “Saraminda”, e o livro de contos “Norte das águas”, em seu pronunciamento Sarney ainda relembrou nomes fundamentais das Literaturas em Língua Portuguesa, de todos os continentes, não deixando de registrar sua admiração pelos africanos Pepetela, Craveirinha e Luandino Vieira, e por conterrâneos como Gonçalves Dias e Bandeira Tribuzi.

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