Opinião

[EDITORIAL] Hora de pôr mãos à obra

[EDITORIAL] Hora de pôr mãos à obra

É natural e aceitável que a nova administração federal promova, em primeiro lugar, o necessário entrosamento das equipes mais próximas ao presidente da República. É natural também esperar que, uma vez cumprida esta etapa, todos caminhem na mesma direção e com os mesmos objetivos. Vale dizer, na direção do ajuste fiscal, que tem como ponto de partida a reforma da Previdência, e no enxugamento de despesas, na desburocratização e na simplificação. Se avançar nessa direção, e rápido, o presidente Bolsonaro estará fazendo bom uso do capital político que detém, produzindo resultados e ampliando seus próprios índices de aprovação.

Para isso é necessário concentrar esforços e atenção naquilo que mais interessa, deixando de lado temas que ganharam expressão na campanha eleitoral, mas que, numa visão administrativa, evidentemente não representam o que mais importa ou interessa. Como disse um observador bem situado, utilizando o ensino como exemplo, importa menos discutir a escola sem partido e muito mais problemas como a não alfabetização na idade certa, a evasão escolar no ensino médio, ou déficit no aprendizado ou a má formação de professores. O mesmo se aplica à administração pública no seu todo, no claro entendimento que a fase dos palanques já terminou, o que sinalizaria também que os integrantes do novo governo têm perfeita consciência do tamanho de suas responsabilidades.

Se houver entendimento e ao entendimento corresponder ação, os agentes econômicos, que por enquanto guardam uma expectativa positiva, terão finalmente a base para o impulso esperado. E isso poderá significar, acreditam alguns especialistas, já este ano, uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) bem próxima dos 3%. Ainda é pouco mas será muito na comparação com os resultados de anos anteriores. Tal horizonte supõe, além da reforma da Previdência, as primeiras mudanças no sistema tributário e a simplificação de rotinas que tornem mais amigável a relação com investidores. Trata-se, como disse recentemente o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, de “impulsionar a confiança, elevar a produtividade e estimular os investimentos privados.

Trata-se de quebrar paradigmas e, como já disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, existe bastante espaço para medidas administrativas, que não dependem de aprovação do Legislativo, e podem sinalizar mudanças rápidas, melhorando o ambiente de negócios. Trata-se de começar, de pôr mãos ò obra, fazendo ver que, na economia, estamos mudando para melhor.

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