[EDITORIAL] O futuro já chegou
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A indústria automotiva, no mundo, está passando por um momento de inflexão e, tudo leva a crer, na direção de grandes transformações. Um dos sinais nessa direção veio da General Motors, que já foi a maior produtora mundial de veículos leves, posição sustentada durante décadas, com o anúncio do fechamento de fábricas nos Estados Unidos e outros diversos países, acompanhada da informação de que em futuro não muito distante abandonará por completo a fabricação de automóveis movidos por motores a explosão.
Esta não é uma decisão isolada e sim uma tendência evidente, seguida por todos os grandes fabricantes. O que não significa dizer que seja, necessariamente, uma novidade, bastando lembrar que os primeiros automóveis construídos, no final do século dezenove, eram tracionados com motores elétricos. Os motores do ciclo Otto, a diesel ou gasolina, vieram mais tarde, quando a indústria começou a ganhar escala, o mesmo acontecendo com o refino de petróleo. Uma solução de conveniência, ditada pelos interesses econômicos que já podiam ser vislumbrados e confirmados bem mais tarde, na crise do petróleo nos anos 70 do século passado.
Na época, um cientista europeu, vinculado a uma das grandes montadoras do continente, disse em entrevista a este jornal que não existiam – e já se passaram mais de 40 anos – obstáculos tecnológicos para substituição dos motores a explosão, e do petróleo consequentemente, por motores elétricos ou a hidrogênio, muito mais eficientes. A questão, segundo ele, dizia respeito exclusivamente aos interesses econômicos da indústria do petróleo e que a questão dos custos maiores das novas tecnologias seria rapidamente superada pela produção em escala dos acumuladores.
Questões novas, principalmente aquelas de natureza ambiental, mudaram por completo a realidade, para o que também contribuiu a introdução de novas tecnologias que, combinadas, darão novo sentido ao transporte individual, num futuro que parece cada vez mais próximo. A decisão da General Motors, que simbolicamente decreta a morte dos motores a explosão como propulsores de veículos leves, é o sinal mais evidente de que estas mudanças atingiram o ponto a partir do qual não existe mais retorno. Assim como sugere que os carros autônomos podem estar mais próximos do que se imagina.
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São observações que nos ocorrem a propósito do recente programa anunciado pelo governo brasileiro, objetivando incentivar a inovação na indústria automotiva. Cabe esperar que este novo olhar, que é de fato urgente, tenha em conta o alcance e as proporções das mudanças que já estão acontecendo.
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