Bolsonaro e Mauro Cid e suas péssimas atuações em uma comédia de horrores

Não cabem mais dúvidas quanto ao fato de que o governo passado, chefiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, conspirou em tempo integral para manter-se no poder, independentemente da manifestação e vontade dos eleitores.
Diante dos fatos não há como sustentar o contrário, assim como não nos parece possível, apesar do que já se apurou, e objetivamente acreditar que o País esteve à beira de um golpe de Estado. E que os leitores entendam bem: não esteve por conta do primarismo dos conspiradores que chegaram ao cúmulo de produzirem as provas que hoje os condenam.
Paixões enviesadas à parte, realidade paralela e narrativas sem pé nem cabeça que as redes sociais propagam, são os fatos pura e simplesmente.
E tudo isso num processo que durou todo o mandato de Bolsonaro e começando pelas tentativas de desacreditar, sem nenhum fato a amparar a tese, o sistema eleitoral. Foi e é a desfaçatez combinada com pouca inteligência transformada em rotina que só serviu para tumultuar e dividir o País.
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Dela temos a prova mais recente na atitude do ex-ajudante de ordens do presidente, coronel Mauro Cid, que tentou desacreditar sua própria delação premiada e acabou novamente atrás das grades depois que “vazou” um áudio em que diz ter sido alvo de pressões descabidas. Chamado às falas, desmentiu tudo, chegando ao ponto de afirmar que não se lembra com quem estava falando. Pouco ou nada inteligente, parece ele não acreditar também na inteligência alheia.
Não nos parece necessário qualquer esforço para perceber a quem interessaria a manobra e, por dedução, como ela teria sido urdida. Registre-se apenas que, conhecido o “vazamento”, imediatamente os bolsonaristas começaram a afirmar que a delação de Cid estaria comprometida. Como se fosse preciso lembrar-lhes o teor dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica ou exibir o vídeo da reunião ministerial em que o golpe foi tratado aberta e explicitamente. A desastrada fala do ex-ajudante de ordens, bem ao contrário, mais parece o último capítulo da novela que pareceria comédia bufa mesmo para as antigas “repúblicas de banana”.
De tudo isso resta a esperança de que as pessoas de bem, que não são poucas, e escolheram Bolsonaro apenas por conta da antipatia ao opositor, reflitam, enxerguem, não para mudar de lado ou de opinião e, sim, para ajudar o Brasil a se reaproximar da normalidade, a curar as feridas que só não devem ser esquecidas para que nada disso se repita. Para que o Brasil possa afinal retomar a estrada que conduza a um futuro melhor. Terá sido o lado positivo da sandice de Mauro Cid.
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