Crime organizado no País já avançou muito além da imaginação

Notícias recentes nos fazem entender que o crime organizado no País já avançou muito além do que se poderia imaginar, fazendo antigos e mais conhecidos expedientes, como o domínio de comunidades, mais parecidos com aventuras de amadores, principiantes. Vieram à tona, em São Paulo, informações sobre avanços verdadeiramente surpreendentes, inimagináveis talvez, como o controle direto de linhas de ônibus na capital do Estado, diga-se de passagem, irrigadas com gordas verbas públicas e, na sequência, sobre infiltração na política. Não mais propinas ou qualquer forma de achaque e sim ocupação direta e sem intermediários de cadeiras em câmaras de vereadores, controlando a partir daí os assuntos de seu interesse.
Tudo devidamente investigado e apurado, com participação inclusive da Polícia Federal, dando conta de uma escalada em que se pode observar nítida semelhança com organizações mafiosas estrangeiras. E não será surpresa alguma, aliás, se também já houver algum tipo de aproximação, colaboração, entre elas. Ou se, adiante, for descoberto que os mesmos métodos de infiltração já alcançaram escalões mais altos no mundo dos negócios, da administração pública e da política.
Em outras ocasiões e quando ainda não eram conhecidas as exatas proporções da escalada agora revelada, chamamos atenção para o fato elementar de que o crime organizado se transformara numa espécie de poder paralelo, ocupando o espaço que deveria ser do Estado em comunidades mais pobres e igualmente em organizações prisionais. Eram alertas e recomendação de que o assunto escapara à esfera meramente policial para se transformar numa guerra não declarada, evidenciada justamente com a ocupação de territórios, e que assim deveria ser tratada. Com mão pesada e com recursos na escala necessária para recolocar as coisas nos seus devidos lugares.
Os fatos que agora são dados ao conhecimento público reforçam essa ideia, fazem entender que não há mais como esperar ou contemporizar, imaginando que o avanço dos chamados “caveirões” em favelas seja o suficiente para conter e reverter a situação. Como dissemos no início, a coisa já foi muito mais longe do que se poderia imaginar ou assimilar e a resposta naturalmente tem que vir na mesma escala. Definitivamente não dá para esperar, para dar tempo ao tempo, para prosseguir na mesma toada que se revelou fracassada. Só cabe mesmo entender o tamanho da ameaça ou de algo que a estas alturas já parece ser bem mais que ameaça e sim a mais assustadora realidade.
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