Escolha em nossas mãos
Pesquisas de opinião e estudos de natureza acadêmica e bem fundamentados demonstraram que os pontos extremos do espectro político, onde se alojam grupos mais barulhentos e assim deixam no ar a impressão de que a intolerância seria predominante, não podem e não devem ser confundidos com o todo. Pela simples e boa razão de que, se adequadamente medidos e avaliados, longe do barulho que promovem sobretudo nos meios eletrônicos, seriam apenas algo próximo de 10% do total. Tampouco direita ou esquerda, entendidas em termos mais adequados, estão bem distante de posições dominantes, muito menos majoritárias. A maioria, conforme há pouco demonstramos neste espaço, é silenciosa, porém um tanto incomodada com aquilo que enxerga e parece ser a realidade.
É absolutamente fundamental, pelo menos para aqueles que desejam ver o Brasil retornar ao leito da plena normalidade institucional e política, com consequente e verdadeiro fortalecimento da vida democrática, o entendimento do que se passa. Trata-se simplesmente de enxergar para que tudo comece a ser recolocado no seu verdadeiro lugar, avanço que, em havendo vontade, poderá ser bem demarcado já nas eleições do próximo ano, particularmente no que toca à renovação das casas legislativas, da Câmara dos Deputados e do Senado.
Trata-se, simplesmente, de saber escolher, de reconhecer a importância dessa escolha, assim contribuindo para renovação que seja ao mesmo tempo uma grande faxina, considerado o pântano em que a presente legislatura virtualmente afundou. Voto de qualidade para pessoas também de qualidade, donas de conteúdo pessoal reconhecido e portadoras de propostas que guardem distância com ambição e conveniências pessoais, bem distantes portanto do mundo das celebridades ou, em termos mais atuais, dos ditos influenciadores vazios de ideias e de ideais.
Para que nosso País possa de fato mudar e melhorar, para que um verdadeiro projeto de reconstrução nacional possa afinal começar a ser desenhado é essencial que o Legislativo recupere, ainda que parcialmente, conteúdo e integridade. E o eleitor, que genericamente se comporta como se preocupado apenas com o preenchimento dos cargos no Executivo, como se tudo se resumisse à escolha de um presidente, do governador ou mesmo de um prefeito, possa afinal fazer diferença para melhor e devolver ao Legislativo condições para que possa cumprir plenamente seu relevantíssimo papel.
Quem sabe para começar pela realização da reforma política, até aqui obstada precisamente para consagrar tantas e tamanhas nulidades.
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