Fraude no INSS mostra que é preciso cortar o mal pela raiz

A tal “base” em que se apoia o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vista a distância mais se assemelha a um pantanal que propriamente a algo que possa ser tido como sólido. Para ilustrar, apenas para isso, ainda agora a Câmara dos Deputados se movimenta para instalar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar a, digamos, invasão das contas de aposentados e pensionistas do INSS dos quais foram retirados valores que passaram dos R$ 6 bilhões. Se CPI adiantasse alguma coisa, se chegasse a algum lugar além de servir de palco para manifestações em alguns momentos de gosto um tanto duvidoso, por certo a política ganharia algum conteúdo. Absolutamente não parece ser o caso, devendo ser registrado agora somente o fato de que o requerimento de pedido da dita comissão ganhou assinaturas precisamente de integrantes da base que de fato não é base, se não para apoiar malfeitos.
Houvesse seriedade e os fatos agora tornados públicos não teriam acontecido, certamente não com as proporções alcançadas somente por conta da leniência, da preguiça em apurar denúncias há muito conhecidas ou remendar os furos que o ex-ministro Carlos Lupi não foi capaz de enxergar, muito menos cuidar de tapar. E tudo isso gerando desgaste desnecessário justo no momento em que o presidente da República convive com níveis de desaprovação um tanto desagradáveis para ele.
Dos dois lados e como sempre muita fumaça para poucos resultados. Tanto da parte dos compungidos deputados que protocolaram o pedido de CPI quanto do presidente da República, este aproveitando o Dia do Trabalhador para prometer, igualmente compungido, devolver o que foi tomado de aposentados e pensionistas. Sintomaticamente neste balé, de enredo conhecido e um tanto desgastado, nenhum movimento mais explícito na direção dos tais sindicatos e associações que patrocinaram a farra.
Claro que este deveria ser agora o alvo preferencial, com o cuidado extremo de entender como entidades desse tipo, das quais se pode tranquilamente antecipar que não tem absolutamente nada de positivo a oferecer ou apresentar, possam de alguma forma ser legitimadas. Muitíssimo mais do que, quase levianamente, afirmar que serão chamadas a responder pelos prejuízos causados. O importante é aprender para assim cortar o mal pela raiz.
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