Inadimplência alarmante
Hoje é uma das datas mais esperadas pelo comércio varejista em todo o Brasil, a Black Friday. Atraídos pelas promoções, consumidores devem gastar parte do décimo terceiro na compra de produtos e serviços nas lojas físicas e no e-commerce. Neste ano, porém, um fator pode afetar os resultados: a inadimplência.
Os últimos dados no País são alarmantes. O número de pessoas com contas atrasadas está em patamares recordes e ainda não há sinalização de melhora.
Levantamento da Serasa, publicado nesta edição do Diário do Comércio, mostra que a inadimplência no Brasil bateu recorde em outubro, atingindo a taxa de 49,2% da população adulta. Ao todo, são mais de 80 milhões de inadimplentes no País, que acumulam uma dívida de R$ 509 bilhões.
Em Minas Gerais, são 7,7 milhões de inadimplentes que devem cerca de R$ 46,8 bilhões, o equivalente a 46% da população adulta no Estado.
É assustador. Quase metade da população adulta no País não está conseguindo pagar as contas no final do mês, mesmo em um período de pleno emprego.
Um dos fatores que podem explicar essa situação é a falta de educação financeira no País. O tema não é tratado em grande parte das famílias e nem nas escolas. Os resultados alarmantes da inadimplência deveriam ser o fio condutor para a criação de uma política de disseminação de informações que ajude os brasileiros a cuidar melhor de suas finanças.
Por que não incluir a educação financeira no currículo escolar do País?
Este cenário é também mais um dos efeitos de se manter uma política monetária restritiva. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem mantido a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. Com os juros elevados, o consumidor encontra dificuldade para pagar suas dívidas. Muitas vezes, o débito vira uma verdadeira bola de neve, uma vez que as taxas mensais aumentam de forma significativa o valor a ser pago.
A medida visa trazer a inflação para o centro da meta, algo extremamente importante para a “saúde” econômica do País. No entanto, é preciso ter atenção à dose administrada para não matar o paciente.
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