Operação Lava Jato e ‘república de curitiba’ não devem ser confundidas

Não existiam virtudes, sobravam más intenções. Assim e o mais suscintamente possível pode ser resumida as ações da tal “república de curitiba”, assim mesmo, propositadamente sem letras maiúsculas. Com o objetivo único de impedir que Luiz Inácio Lula da Silva concorresse a um terceiro mandato, não foram medidos esforços e artimanhas para afastá-lo do caminho. Inclusive uma suspeitíssima e também absolutamente falsa porque desprovida de princípios legítimos, cruzada contra a corrupção. Os fatos, e exclusivamente os fatos, apontam nesta direção, tudo fartamente investigado e documentado. Só não enxergam os que não querem enxergar, mesmo que seja preciso e conveniente deixar de perceber que tudo isso causou ao País prejuízos que, somados, vão muitíssimo além das denúncias que à época causaram tanto furor e ainda hoje são lembradas como sinais do fim dos tempos.
São observações que nos ocorrem a propósito do destino das grandes empreiteiras, construtoras realmente grandes, donas de um know how que não há como precificar, com atuação global, mas mesmo assim todas varridas do mapa. Algumas desapareceram por completo, outras definharam tristemente e continuam atuando com outros nomes. Mas são apenas sombra do que foram um dia, independentemente dos pecados que possam e aparentemente cometeram. Era preciso atacar pessoas, corruptos, não necessariamente empresas geradoras de emprego e renda, donas de carteiras de clientes, internacionais inclusive, e know how que não deveria ser perdido. Ou, como foi dito à época, encontrar e punir CPFs, não CNPJs. Para os que manejavam os cordões, prevaleceu a velha máxima de que os fins justificavam os meios em versão apressada e sem escrúpulos.
Tudo isso tem a ver com decisão recente do governo de São Paulo que entregou contratos para construção da Linha 19 do metrô local a empreiteiros espanhóis. No caso em tela, contratos que somam R$ 15 bilhões e precedido de outro nos mesmos moldes para a Linha 6. Tudo isso com o detalhe intrigante de que as exigências relativas a diâmetro de comprimento do túnel foram diferentes das concorrências anteriores e em toda a história do metrô paulista. Quando menos, uma dificuldade que pode ter ajudado a afastar construtores brasileiros.
E igualmente prejuízos, na forma de afastamento de fornecedores brasileiros e até mesmo mão de obra e questões relativas a tributos que podem e devem ser lançados à conta da república de curitiba, que não pode e não deve ser confundida com a própria Operação Lava Jato, que nasceu em Brasília em outras circunstâncias. Confundir tudo agora seria apenas mais uma manobra para diluir culpas e ajudar no esquecimento que não pode acontecer.
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