Editorial

Eleições nos Estados Unidos: por que Joe Biden e Donald Trump colocam toda a humanidade em risco

Disputa eleitoral levanta dúvidas sobre o futuro da maior economia e maior potência militar do planeta
Eleições nos Estados Unidos: por que Joe Biden e Donald Trump colocam toda a humanidade em risco
Crédito: Reuters / Brian Snyder

Os Estados Unidos, que por conta própria se apresentam ao mundo como a pátria da democracia e da liberdade, estão diante de um dilema que pode comprometer muito mais que sua imagem. E tudo por conta das candidaturas que, de momento, estão colocadas para as eleições presidenciais no próximo mês de novembro. Os dois postulantes mais fortes, os que realmente contam, Joe Biden que busca um segundo mandato, e Donald Trump que ambiciona voltar à Casa Branca depois da derrota em 2020, levam à campanha elementos que, por razões diversas, colocam em risco todo o processo e, pior, também os cenários futuros.

Começando pelo atual presidente, que, com seus 81 anos já é o mais velho entre seus pares, dá inquietantes sinais de decrepitude, bem evidenciados no primeiro debate pré-campanha. A tal ponto que os principais jornais do país publicaram editoriais pedindo que ele renuncie à candidatura, enquanto dos subterrâneos do Partido Democrata vêm sinais de que tem gente trabalhando com o mesmo objetivo. Biden, que no dia seguinte ao debate apareceu quase lépido, deixando no ar sinais de que poderia estar sob efeito de medicamentos, já é questionado sobre suas condições, hoje, para tomar decisões que afetam o país e o mundo. Muito menos para suportar mais quatro anos na Casa Branca.

Donald Trump, expressão da direita mais radical, deve ser lembrado, independentemente de julgamentos sobre sua gestão, pelas tentativas de, sem qualquer prova, acusar o sistema eleitoral do país de fraudar o resultado da eleição de 2020, tudo culminando com a invasão do Capitólio, buscando impedir a confirmação da vitória de Biden. Para um sistema político hígido deveria ser o bastante e, como não foi, caberia lembrar que ele responde na justiça a menos que 34 acusações e processos por variados crimes, podendo chegar a novembro condenado em alguns deles.

É realmente impressionante que o destino dos Estados Unidos, a maior economia e maior potência militar do planeta, possa parecer tão incerto, tão absurdamente fragilizado. Um risco para os estadunidenses ou, na realidade, risco grave para toda a humanidade que a estas alturas tem como esperança a possibilidade da apresentação de um novo candidato para representar o Partido Democrata, portador de credenciais que lhe permitam enfrentar e vencer o republicano.

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Uma situação limite que deveria ajudar a fazer com que sejam afinal enxergados os riscos da concentração do poder militar e econômico em tão poucas mãos ou, tanto pior, o flagrante apequenamento da atividade política, que mais do que nunca parece abrigar grandes ambições e pequeninas virtudes.

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