Preconceitos e divisões precisam ser apagados como sementes de ervas daninhas

Não chega precisamente a ser algo novo, desconhecido, sem referências pretéritas e sim um fenômeno que se repete, sempre com componentes desagradáveis, além de desnecessários. Falamos de velados – ou nem tanto – movimentos separatistas, alimentados por muito preconceito combinado com distanciamento da realidade, assim enxergando pretensa superioridade nas origens germânicas, desclassificação absoluta para os que vêm do Norte-Nordeste, assim como qualidades e poderes hiperbolizados para os paulistas. Tudo com o recado implícito de que o Sul seria superior e o nordestinos inferiores, no meio alojados os paulistas chamados a pagar a conta de tantos e tamanhos devaneios.
As mais absolutas bobagens que, por sua própria natureza, só encontram algum apoio em inverdades, além de servirem para abrigar interesses, como agora, que não convém trazer à luz. São preconceitos que alimentam divisões, servindo a objetivos que aparentemente atendem somente a grupos extremistas, assim distantes da realidade e do senso comum. E perigosos, evidentemente, na sua essência, sobretudo em momentos como o atual em que divisões são artificialmente potencializadas para que sobressaia a ideia do país dividido, fendido por diferenças aparentes, combinação dos mais variados preconceitos, tudo isso atendendo interesses políticos desalinhados da realidade tanto quanto dos verdadeiros objetivos nacionais.
São, afinal, movimentos que partem de minorias muito ativas, quem sabe moldadas também pelo entendimento de que dividir bem pode ser condição para reinar. Ou inocentemente equivocadas por ideias distorcidas como a crença solertemente difundida que os estados do Norte-Nordeste seriam simplesmente um peso que o “Sul Maravilha” é chamado a carregar. Ou que a separação seria capaz de produzir algo como a Suíça dos trópicos, habitada e conduzida por seres superiores. Nada evidentemente que possa expressar sentimentos ponderáveis, mas nem assim menos preocupantes como expressão de frustrações combinadas com ambições desfocadas, mas bastante perigosas.
Definitivamente não pode haver espaço para abrigar tamanhos despropósitos, sobretudo porque absolutamente distanciados do pensamento e dos sentimentos da maioria dos brasileiros. Também aqui, portanto, enxergar o que se passa e compreender a precisa dimensão dos riscos envolvidos é exercício obrigatório. Para assim apagar as sementes da erva daninha.
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