Quem faz diferença

Faltando precisamente um ano para a eleição presidencial de outubro de 2026, o quadro permanece indefinido quanto aos candidatos que representarão a direita. Permanece também, e para boa parcela dos brasileiros, a impressão de que politicamente o País esteja dividido ao meio, assim imerso em algo que alguns apontam como parecido com mera corrida entre o bem e o mal. Existem boas razões para acreditar que essa crença pode estar sendo alimentada artificialmente e com más intenções, não correspondendo à realidade e sim à conveniência de extremistas, de um e de outro lado. Eis, precisamente, a medida da importância de pesquisa de opinião divulgada no último final de semana, apontando que precisamente 54% dos brasileiros não se enquadram na polarização supostamente abrigada pelo lulismo ou pelo bolsonarismo.
São brasileiros que, segundo a mesma pesquisa, estariam cansados e desiludidos com o que seria uma “politização da vida cotidiana”, fenômeno que estaria “cansando as pessoas” e assim as afastando, até por medo, do verdadeiro debate de ideais e propostas. São informações até certo ponto novas e diante das quais recomenda-se maior atenção porque ajudam a desmontar a ideia simplista da prevalência do radicalismo de extremos, ao mesmo tempo fazendo lembrar que existe sim uma minoria silenciosa a ser considerada. Sobretudo, ou no mínimo, porque será o seu posicionamento diante da urna que definirá o resultado do pleito.
São evidências, ou fatos objetivos, para quem dá como digna de crédito a pesquisa comentada, e que recomendam atenção também para aqueles que se imaginam como figuras centrais no debate. Gente que se move mais por interesses que por propostas e assim deixam de lado os temas que mandatoriamente deveriam estar no centro dos debates. Não o projeto de poder de um ou de outro grupo e sim um projeto para o Brasil, de construção de uma nação que soube traçar seu rumo e busca, num esforço permanente, contínuo e coletivo, meios para alcançar suas metas. Acima de partidos ou bandeiras políticas, acima de indivíduos e como expressão mais verdadeira do conjunto, da inclinação real e independente da maioria dos brasileiros, gente preocupada também com o excesso de ambições e a pobreza de ideais para além do oportunismo de ocasião.
Na realidade, apenas e tão somente o elementar do elementar, mas ainda assim recado oportuno para aqueles que ainda não alcançaram a mesma compreensão.
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