Sem espaço para deslizes: caem os níveis de aprovação ao presidente Lula

Pesquisas de opinião e mesmo que a elas seja prudente não reservar o monopólio da verdade, tem pontuado – e sistematicamente – redução nos níveis de aprovação e confiança reservados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos brasileiros. São fatos objetivos e que independem das escolhas e preferências de quem quer que seja, tanto que preocupação com o tema chegou e foi assumida até mesmo no Palácio do Planalto em Brasília.
E daí mudanças no quadro de auxiliares mais diretos do presidente, especialmente na área de comunicação social, neste caso com a missão de melhorar seu desempenho nas pesquisas ou, antes, a forma como Lula está sendo percebido e avaliado pelos brasileiros.
Bem caberia, neste contexto, lembrar um de seus antecessores, José Sarney, que foi também o primeiro civil a ocupar da cadeira presidencial na sequência do processo de redemocratização. Para ele, seria essencial ao presidente da República e ao seu entorno não perder de vista o que chamou de “liturgia do cargo” ou comportamento, valores e símbolos que lhe são inerentes. Até etiqueta e boas maneiras. O ex-presidente tinha e tem toda razão ainda que suas observações e recomendações tenham sido de pouca utilidade para seus sucessores.
Lula, que faz pouco cometeu o deslize de declarar que escolheu uma auxiliar próxima e estratégica “por sua beleza”, deveria ser aconselhado agora a lembrar José Sarney e, simplesmente, aprender a ficar calado. E no entendimento elementar de que alguém na sua posição não pode jamais improvisar para falar o que vem à cabeça.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Uma postura que nada, absolutamente nada, tem a ver com perda da espontaneidade e ainda menos da sinceridade, da própria verdade, mas sim da responsabilidade que sua função carrega. Trata-se apenas de prevenir danos políticos exatamente como os que têm sofrido agora, assim prejudicando também a sua imagem. Ou, afinal, como imaginar que um chefe de Estado possa fazer declarações, ou afirmações levianas, que gerem melindres internacionais, que possam abalar mercados, câmbio ou bolsa de valores?
São, portanto, e simplesmente, deveres e obrigações elementares diante das quais não pode haver espaço para deslizes, tudo isso como parte da “liturgia do cargo” que Sarney muito bem assinalou. Não seria também algo como uma forma de rebaixamento diante da oposição como algum oportunista poderia sugerir. Por elementar e buscando mais fácil compreensão, trata-se apenas para o presidente Lula, ou qualquer outro, de saber se colocar à altura do cargo que ocupa.
Ouça a rádio de Minas