Um marco para BH

A Praça da Independência, situada na avenida Afonso Pena entre as ruas Tamoios e Bahia em Belo Horizonte, ganhou no sábado (29) estátua do prefeito Fuad Noman, o grande responsável pela demolição do chamado “Anexo”, que deformava o belo conjunto formado pelos edifícios Sulacap e Sulamérica, um dos mais relevantes marcos arquitetônicos da cidade. Com proporções e volumes belamente equilibrados, com espaço central aberto como espécie de moldura para o viaduto de Santa Teresa, os prédios perderam seu encanto justamente por conta da construção do tal “Anexo”, que ali permaneceu por décadas como que a ilustrar as inconveniências e despropósitos da especulação imobiliária.

Coube ao prefeito Fuad Noman, cujo falecimento está próximo de completar um ano, o grande mérito de devolver ao conjunto todo o seu encanto, quem sabe apenas o passo inicial para ações ainda mais marcantes, começando pela recuperação, ou retrofit dos prédios, bem como do comércio que preenche seus espaços, quem sabe para fazer deles a nova e principal referência da área central de Belo Horizonte. Na cidade do “sim” seria de todo louvável que o prefeito Álvaro Damião, que no sábado presidiu a solenidade de inauguração da estátua de Fuad Noman, abrace a ideia de levar adiante a empreitada agora festejada.

Iniciativa que coincidiria com o recém-lançado programa de revitalização do centro de Belo Horizonte e áreas próximas e que poderia fazer justamente do conjunto Sulacap-Sulamérica sua principal referência, algo como o marco de convergência de passado e presente da cidade, apontando para o futuro que todos desejamos. E tudo isso sem perder de vista o fato de que aquele conjunto arquitetônico bem merece ser apontado, ao lado da Praça da Liberdade e da Pampulha, como o que temos de melhor e mais relevante na paisagem urbana.

Trata-se simplesmente de saber pensar grande e aceitar desafios impositivos. Ainda em boas condições, mas flagrantemente deteriorado, todo o conjunto, agora despojado do inconveniente apêndice, precisa ser renovado e melhor tratado, abrindo assim espaços para ocupação de melhor qualidade, com comércio e serviços que voltem a ser referências para a cidade, marcando assim a efetiva recuperação do hipercentro. E que disponha inclusive de espaços de lazer e conveniência que estimulem a ocupação noturna. Poderá ser, não duvidamos, nova e relevante referência para Belo Horizonte.