Mineração em Minas Gerais: um desafio em curso

Desde os rompimentos das barragens de mineração ocorridos em Minas Gerais em novembro de 2015 e janeiro de 2019, que nem setor, nem Estado foram mais os mesmos. Os colapsos das estruturas da Samarco e da Vale trouxeram à tona discussões sobre responsabilidade ambiental, social, legal e jurídica. Mais do que isso. Fizeram com que sociedade, gestores públicos, parlamentares e executivos pensassem um novo jeito de minerar. Há quem diga que muito avançou, há quem defenda que ainda há muito a ser feito e há quem, mesmo antes de tudo acontecer, já enxergava que era possível fazer diferente.
É que mineração e Minas Gerais caminham juntas. E especialistas são unânimes: um não existe sem o outro e se um não avançar, o outro também não avança. Mas é preciso evoluir. Já sob essa ótica, o assunto foi tema de uma reportagem especial do Diário do Comércio em julho de 2022.

“Em um passado não muito distante, quando nem a exaustão e nem problemas socioambientais eram pautas da principal atividade econômica de Minas Gerais, a mineração, o poeta Carlos Drummond de Andrade já traduzia em palavras o sentimento de todo mineiro. Um misto de orgulho e preocupação, de entusiasmo, entendimento e perguntas sem fim sobre o que rege um setor essencial, complexo, finito e, hoje, passível e carente de adaptações como a mineração.
Mineiro de Itabira (região Central), berço da mineração no País e em Minas, Drummond viveu em uma época em que muito se sabia sobre a pujança do setor no Estado, mas pouco se fazia para preservar as outras riquezas existentes por trás das rochas que formam as Minas Gerais. Décadas se passaram e o minério de ferro só se fez valorizar, o que impôs algumas pedras no caminho, que fizeram e têm feito a atividade repensar práticas e soluções. Do cuidado com o meio ambiente ao relacionamento com as comunidades onde estão inseridas, mineradoras já admitem que seus negócios não sobrevivem mais por si só”, diz trecho do conteúdo, que buscava refletir – com o auxílio de especialistas – o que ainda falta para se alcançar essa nova mineração.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".

Três anos depois, o Parceiros do Futuro, projeto do Diário do Comércio em parceria com a consultoria especializada em desenvolvimento de negócios e de pessoas Spine, volta a refletir sobre o tema. A iniciativa busca mobilizar empresários, acadêmicos, lideranças políticas e a sociedade civil para um debate aprofundado sobre as potencialidades e os entraves do Estado, criando uma agenda de desenvolvimento sustentável e de longo prazo. E, claro, tudo isso passa pela principal atividade econômica de Minas: a mineração.
O documento que contextualiza e embasa o projeto reforça que Minas Gerais pode e deve continuar ativa em processos de mineração e extração de recursos naturais. O que se busca com a análise crítica é sinalizar pontos importantes de reflexão, dentre eles a necessidade de avançar no processo de agregação de valor não significa renunciar à mineração ou à extração de recursos naturais.
Ouça a rádio de Minas