ACMinas debate falta de representação política da classe empresarial

A falta de representação política para a classe empresarial na composição do governo foi criticada pelo presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Nadim Donato. O dirigente participou do Seminário Permanente da Reforma do Estado, promovido pela Associação Comércio e Empresarial de Minas (ACMinas) nesta semana.
Segundo ele, são cerca de 750 mil empresas formalmente registradas na base da Fecomércio em Minas Gerais.
Na terça-feira (21/05) ocorreu a 5ª reunião plenária da diretoria, associados e convidados da ACMinas, na sede da empresa e de forma remota. Os encontros têm como objetivo propor diversos temas de interesse do empresariado mineiro e ao fim, em novembro, lançar um manifesto compilando as vontades e posições da classe a cerca desses assuntos. Neste encontro, a posição do 3° setor, frente à estrutura política atual e futura, foi o tema da conversa.
“Nós, com esses números todos, infelizmente, não temos representatividade no meio político (…). Nenhuma prefeitura, nenhum governo e nenhuma federação, no nosso caso, tem uma visão para o terceiro setor.”, disse.
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O presidente da ACMinas José Anchieta da Silva também fez um breve comentário no início do encontro sobre a questão. “A Associação Comercial de Minas foi a única que de fato se posicionou contrária – com todas as letras, ao projeto de reforma tributária na forma que ele foi e vem sendo aprovado.”
Durante o evento, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, também apontou a falta de representação política. “A gente sabe como é difícil dirigir uma entidade de classe (…) e o Nadim tocou em um ponto fundamental que é a questão da representação política. Eu gostaria de sugerir a vocês, junto de outras entidades de classe, a começar a defender na próxima eleição, que a região metropolitana possa eleger alguns deputados que pudessem chamar de seus.”, afirmou.
Ainda durante a plenária, algumas preocupações foram levantadas em relação à falta de conhecimento dos representantes, à falta de união da própria classe empresária e também sobre como a atual organização dos partidos políticos dificulta a apresentação e aprovação de novas propostas na câmara.
A solução proposta, também veio como a síntese do encontro: a criação de uma bancada que defenda os interesses daqueles que empreendem, dando não só encaminhamentos ao encontro como também propondo dar resolução a esse problema de longa data.
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