Ameaças de coronel são investigadas

Brasília – O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou ontem que a Polícia Federal instaurou na última terça-feira (23) inquérito para apurar as ameaças feitas à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, pelo coronel da reserva do Exército Carlos Alves, que a chamou de “salafrária”, “corrupta” e “incompetente”
Depois de a Segunda Turma do STF pedir uma apuração do caso, a Procuradoria-Geral da República solicitou a abertura de inquérito à PF ainda na terça-feira. Segundo Jungmann, já são quatro inquéritos instaurados para apurar ameaças feitas à presidente do TSE.
Também na terça-feira, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pediu ao Ministério Público Militar que investigue o vídeo do coronel da reserva.
Nele, Alves diz: “Olha aqui, Rosa Weber, não te atreve a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa prova indecente do PT de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral, acusando-o de desonestidade, de ser cúmplice numa campanha criminosa fraudulenta com o WhatsApp para promover notícias falsas.”
O autor do vídeo ainda chamou o STF de tribunal de “canalhas” e “vagabundos”, e afirmou não aceitar um resultado nesta eleição que não seja a vitória do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).
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Em entrevista a jornalistas, Jungmann também comentou que a PF já abriu, desde o início do processo eleitoral, um total de 2007 inquéritos.
Nove pessoas que compartilharam fotos ou vídeos do momento em que votavam durante o primeiro turno das eleições gerais, realizadas no último dia 7, ou que fizeram ameaças contra candidatos à Presidência da República tornaram-se alvo da Operação Olho de Lince, deflagrada ontem pela PF.
Identificados graças a técnicas que permitem a análise e a comparação de características corporais, tais como cicatrizes, manchas e proporções físicas, os suspeitos são investigados por violação do sigilo do voto e incitação à prática de crimes.
“Começaram a surgir, na internet, ameaças a candidatos ou a eleitores. Isso é crime e as pessoas não podem se iludir pensando que, por estarem por trás de um teclado e um monitor ou de um celular, vão sair incitando a prática de crimes e ficar impunes”, declarou o delegado federal Flávio Coca, chefe do Serviço de Operações Especiais da Polícia Federal, sem identificar os candidatos a quem as ameaças foram dirigidas.
O delegado disse que as pessoas se enganam ao achar que, na internet, elas estão anônimas. “Hoje, a PF foi cumprir mandados de busca e apreensão nas casas de algumas pessoas (investigadas)]”, disse Coca, explicando que a corporação não revelaria os nomes dos suspeitos para preservar a integridade física dos mesmos. (AE/ABr)
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