Política

Associação Mineira de Municípios defende criação de APL no Vale do Lítio   

Região vem recebendo aportes bilionário na exploração do mineral
Associação Mineira de Municípios defende criação de APL no Vale do Lítio   
Vale do Lítio já gerou R$ 5,5 bilhões em investimentos no Estado / Crédito: Secom-MG - Divulgação

O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e 1º vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Marcos Vinicius Bizarro, defendeu, na quinta-feira (30), a criação de um Arranjo Produtivo Local (APL) para beneficiar o lítio extraído no Vale do Jequitinhonha. A região vem recebendo aportes bilionário na exploração do mineral.

Ele ponderou, ainda, que parte do imposto arrecadado na região seja reinvestido nos municípios que a compõem. A afirmação foi feita durante evento AMM nas Macros, realizado pela entidade, em Teófilo Otoni.

O evento reuniu 300 pessoas, entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais e demais gestores da região. “Já alertamos o governo do Estado sobre a importância de fazer o Arranjo Produtivo Local do lítio para atrair as empresas que vão beneficiar a matéria-prima, já que, por enquanto, há apenas extração aqui. Propusemos, também, que parte do imposto arrecadado fique retido na região, só podendo ser investido no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, para desenvolver os municípios e beneficiar ainda mais a população”, disse.

A criação do APL do lítio tem potencial para transformar a economia local e regional. Além de agregar valor ao mineral extraído, o beneficiamento pode gerar uma cadeia produtiva robusta, com a instalação de indústrias que vão desde o processamento até a fabricação de baterias e outros componentes para o mercado tecnológico e veículos elétricos. 

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Como consequência, haveria geração de empregos diretos e indiretos, estimulando o desenvolvimento de novos negócios e a capacitação de mão de obra local. Socialmente, o APL ajudaria a reverter a histórica desigualdade da região, oferecendo mais oportunidades e qualidade de vida para a população, além de reduzir o êxodo rural e fomentar o empreendedorismo local, de acordo com a entidade.

Considerado estratégico para a transição energética, o metal ganhou destaque com o aumento da produção dos carros elétricos, como matéria-prima para as baterias. O Brasil é o 5º maior produtor mundial de lítio e a maior reserva nacional do mineral está localizada nas cidades dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri. Em 2023, o governo estadual anunciou a região como Vale do Lítio (Lithium Valley Brazil). O projeto econômico-social é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.

O lítio brasileiro possui ainda uma característica que o diferencia dos demais e pode beneficiar ainda mais a região que o extrai: o padrão triplo zero, que consiste em menos emissões de carbono, rejeitos e substâncias químicas nocivas. O governo de Minas espera receber até R$ 30 bilhões em investimentos no mineral até 2030, enquanto a demanda mundial pode crescer 1.000% até 2050.

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