Argentina atenta a eleições no Brasil

Brasília – A Argentina acompanha com atenção o desenrolar do processo eleitoral no Brasil para entender como será a política econômica futura, disse o ministro da Produção da Argentina, Dante Sica, ressaltando, contudo, que não há preocupação com a disputa presidencial.
“Temos observado o processo eleitoral, mas não estamos preocupados”, afirmou ele a jornalistas, após reunião em Brasília com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Jorge.
Segundo Sica, o tema é natural foco de atenção, já que quando o “Brasil vai bem, a Argentina vai bem”, sendo que um crescimento de 1 ponto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro implica alta de 0,25 ponto para o vizinho do Mercosul, de acordo com ele.
Falando a jornalistas, Sica também elogiou a transparência das eleições no Brasil e a rapidez com que os resultados são divulgados.
Sobre as perspectivas para a atividade na Argentina, ele afirmou que o país deve ver uma queda menor do PIB no quarto trimestre e uma recuperação “muito mais generalizada” entre o primeiro e o segundo trimestres de 2019.
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Influência – Também presente na coletiva, Marcos Jorge afirmou que, segundo estudos da Câmara de Comércio Exterior (Camex), há redução de cerca de 4,4% dos embarques brasileiros para a Argentina a cada 1 ponto de contração do PIB argentino.
Como reflexo desse quadro, no ano até setembro, as exportações para a Argentina recuaram 4,6%, ao passo que as importações subiram 17,5%.
Na semana passada, a entidade representativa das montadoras brasileiras, Anfavea, estimou que o Brasil deve amargar uma redução de 8,6% nas exportações de veículos neste ano por conta da crise na Argentina.
Em desvalorização, a moeda argentina perdeu mais de 50% de seu valor contra o dólar neste ano até agora.
Atingido por grave recessão econômica, o país anunciou recentemente um acordo de financiamento de US$ 57 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para resgatar a confiança de investidores e pagar o serviço da sua dívida externa em 2019. (Reuters)
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