Política

Arrecadação em Minas Gerais avança 8% de janeiro a maio

Recolhimento de impostos e receitas pelo governo de Minas Gerais ultrapassou R$ 50 bilhões no acumulado do ano, de acordo com dados da Secretaria de Fazenda
Arrecadação em Minas Gerais avança 8% de janeiro a maio
A arrecadação do governo do Estado foi puxada pelo ICMS, que somou R$ 34 bilhões nos cinco primeiros meses do ano, com crescimento de 10% frente ao mesmo período de 2024 | Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG

A arrecadação em Minas Gerais de impostos e receitas subiu 8% nos cinco primeiros meses do ano frente a igual período de 2024 e ultrapassou os R$ 50 bilhões. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), foram R$ 3,75 bilhões a mais do que janeiro a maio do ano passado, quando foram arrecadados R$ 46,2 bilhões.

A alta foi puxada mais uma vez pelo aumento de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que alcançou R$ 34 bilhões no acumulado de 2025, representando um acréscimo de 10% em relação ao mesmo período de 2024. Somente em maio, o recolhimento de ICMS registrou alta de 7%, passando de R$ 6,3 bilhões no ano passado para R$ 6,8 bilhões em 2025.

O crescimento do ICMS deu-se, na análise da advogada tributarista e professora na PUC Minas, Polyany Cunha, por uma cadeia de fatores consequentes. “Temos sempre aquela situação: quanto maior a inflação, maior o custo final do produto, maior a base de cálculo do ICMS e maior arrecadação”, explica.

Também contribuiu para a alta o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O valor arrecadado nos cinco primeiros meses do ano aumentou 8,2%, passando de R$ 9,2 bilhões entre janeiro e maio de 2024 para R$ 9,9 bilhões no mesmo período de 2025.

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O crescimento se deu inclusive quando observado só o mês de maio, quando os motoristas já deveriam ter quitado o imposto em parcelas até abril. Em maio, foram arrecadados R$ 489 milhões este ano, contra R$ 391 milhões do ano passado. Dessa forma, o que a advogada explica é que, nesse caso, o aumento seja atribuído ao bom desempenho da indústria automobilística no Estado. 

Ela explica que a base do cálculo do IPVA é o valor venal do veículo e a alíquota varia de 0,5% até 4%. “Por conta da inflação, da valorização dos veículos que estão acima dos preços comumente praticados, isso acaba refletindo. O carro que em 2020 você comprava por R$ 40 mil, hoje está em R$ 80 mil”, comenta.

De toda forma, a advogada pontua que em 2025, Minas Gerais teve aumento da quantidade de emplacamentos de veículos. “Esse emplacamento é extemporâneo, havendo venda, há arrecadação”, ressalta.

O agronegócio é outro setor que a advogada ressalta. Ela comenta que o setor tem apresentado resultados fortes e que esses resultados também acabam refletindo na arrecadação.

Maior parte da arrecadação vem dos impostos

De acordo com os dados da Secretaria de Fazenda, a maior parte da arrecadação do Estado vem dos impostos. Neste ano, os recursos advindos dos tributos foram responsáveis por R$ 46 bilhões, representando 92% da arrecadação total. O volume é 8% maior que o arrecadado em 2024 – R$ 42 bilhões.

A arrecadação com juros e a receita referente à dívida ativa foram as que registraram maior alta no período, 20% e 18%, respectivamente, passando de R$ 294 milhões nos primeiros meses do ano passado para R$ 356 milhões em igual intervalo de 2025, no caso do juros. E avançanedo de R$ 463 milhões, no caso da dívida ativa em 2024, para R$ 548 milhões neste ano. 

Na percepção da advogada Polyany Cunha, a questão da dívida ativa e dos juros é consequência do balanceamento de fluxo de caixa das empresas que não conseguem lidar com o custo da operação diante da inflação.

“Uma série de situações impactam a vida do empresário. Quando se dá uma elevação de impostos, por exemplo, a matéria-prima do empresário chega mais cara e nem sempre ele consegue repassar para o custo. Nesse caso, ele acaba priorizando funcionários e fornecedores, em detrimento dos tributos”, destaca.

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