Bolsonaro admite que governo está negociando a retomada do auxílio emergencial

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro admitiu publicamente pela primeira vez ontem que o governo está negociando a retomada do auxílio emergencial ou algum tipo de ajuda financeira a pessoas que ficaram desamparadas durante a pandemia do novo coronavírus.
“Estamos negociando com Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes, (Rogério) Marinho, entre outros, a questão de um auxílio ao nosso povo que está ainda em uma situação bastante complicada”, disse Bolsonaro.
“Sabemos que estamos, Paulo Guedes, no limite do nosso endividamento e devemos nos preocupar com isso”, emendou.
“Temos um cuidado muito grande com o mercado, com os investidores e com os contratos, que devem ser respeitados. Nós não podemos quebrar nada disso, caso contrário não teremos como garantir que o Brasil será diferente lá na frente”, destacou ele.
Bolsonaro – que desde o ano passado vinha se posicionando contrariamente à prorrogação do auxílio emergencial, encerrado em dezembro – fez esse aceno público do retorno do benefício em cerimônia no Palácio do Planalto da qual participaram os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Lira e Pacheco vêm defendendo a retomada do benefício desde a campanha para a sucessão das Casas Legislativas.
Condicionamento – Pacheco afirmou ontem que não se pode condicionar a adoção de um auxílio financeiro aos mais vulneráveis à votação de propostas que compõem o chamado “protocolo fiscal” do governo.
“Nós não podemos condicionar a realização disso porque a emergência e urgência para a assistência social não pode esperar”, disse ele, em entrevista concedida à GloboNews.
Segundo Pacheco, após relatar conversas que vêm ocorrendo desde a semana passada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), há uma perspectiva de que haja uma reação do governo “mais imediata” para a retomada de um auxílio emergencial.
“Estou muito otimista de que possamos ter uma solução nesta semana”, avaliou ele.
Contudo, o presidente do Senado ressalvou que é preciso compatibilizar uma forma de auxílio com as contas públicas, sem ter detalhado como isso poderia ocorrer.
O presidente Jair Bolsonaro e a equipe econômica vinham dizendo desde o ano passado ser contrários a uma eventual prorrogação do auxílio emergencial – que foi encerrado em dezembro. Mas, diante da pressão dos novos comandantes da Câmara e do Senado e de aliados no Congresso, o governo começa a suavizar o discurso e acenar com uma solução temporária e em um valor menor de ajuda financeira.
O presidente do Senado disse que, das prioridades para este ano, a vacinação da população contra Covid-19 é a principal delas. Destacou que é preciso respeitar a posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação a prazo de análises de registro de imunizantes, mas não se pode criar dificuldades para dar à população acesso à vacina. (Reuters)
Ouça a rádio de Minas